domingo, 24 de fevereiro de 2013

guia para um final feliz



bom ]

título original. silver linings playbook.

género. drama. romance.

duração. 122 min
ano.
 2012
realização e argumento. david o russell.
protagonistas. bradley cooper. jennifer lawrence. chris tucker. robert de niro.
sinopse. pat solatano perdeu tudo: a casa, o trabalho e a mulher. depois de oito meses numa instituição, encontra-se a viver de novo em casa dos pais, determinado a reconstruir a sua vida e a recuperar a esposa. as coisas complicam-se quando conhece a desbocada tiffany, que se oferece para o ajudar em troca de um favor. este acordo acaba por estabelecer uma inesperada ligação entre os dois. [imdb-do-filme]

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guia para um final feliz / silver linings playbook é um dos grandes favoritos aos óscares 2013, que são entregues na noite em que publico esta opinião. dos restantes nomeados, só vi django libertado, mas não falta diversidade à lista, que deixa adivinhar grande densidade dramática. apesar de ser um bom filme, não achei o argumento adaptado do livro de matthew quick tão excepcional como o apregoam.


pat é bipolar e começa o filme num sanatório, onde passou os últimos 8 meses. os pais concordaram em responsabilizar-se por ele legalmente e acolhem-no em casa. mas pat não quer recomeçar nada, ele quer retomar a vida que tinha, quer recuperar a mulher e o seu casamento, custe o que custar, apesar de toda a gente à sua volta o aconselhar a não pensar mais nisso, o que gera vários episódios de agressividade. o aliado (e a calma) chega sobre a forma de uma mulher com os seus próprios problemas: tiffany é uma jovem viúva com dificuldades de socialização e promete ajudar pat se ele for o seu parceiro num concurso de dança, o seu desafio mais recente. o filme tem momentos engraçados e diálogos genuínos assim como jennifer lawrence encantadora com a sua desbocada tiffany, mas o filme vai perdendo força com o avançar da história e, ainda antes de chegar à recta final, vamos prevendo como vai ser o desfecho.

uma boa personagem, sem dúvida, mas um óscar? ná!

creio que uma das razões que não me convenceram em guia para um final feliz / silver linings playbook é o facto de, apesar do filme tratar sobre a bipolaridade e o distúrbio obsessivo-compulsivo, o espectador nunca se sente realmente desconfortável nem compassivo com a "diferença" dos personagens, porque estes nunca são realmente uns desajustados, ou seja, a sua diferença é como que controlada, e basta quererem "com um bocadinho de força" para tudo se resolver, o que é pouco credível. se os distúrbios mentais fossem tão fáceis de ultrapassar, não haveria tantos pais desesperados com a situação dos filhos doentes (que simplesmente não são aceites, nem se conseguem integrar, na sociedade "normal", por mais vontade que haja).

outra razão é o desempenho de bradley cooper como pat. simplesmente, não consigo dissociar a imagem do actor e ver apenas o personagem (uma carinha laroca com um sorriso pepsodent que tem um ar, bem, nada sofredor), ainda mais quando as personagens estão sempre a mencionar como pat está diferente e emagreceu tanto (!) e nos inúmeros flashbacks o tipo está exactamente na mesma. se juntarmos o facto de pat se recompor em 2 semanas, junta-se uma personagem fraca a um erro de casting e... flop.

tal pai, tal filho (até na "pancada")

e o final... a sério? meloso, meloso como uma comédia romântica. esperava-se outra coisa. o amor cura obsessões e transtornos psicológicos em meia dúzia de dias quando profissionais da área da saúde e terapia especializada não o fizeram? só em hollywood (e no teleshopping)!
um filme bonzinho que não cai na mediania por uma unha negra, leia-se pelos diálogos e pela personagem (e interpretação) de jennifer lawrence.

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i do this! time after time after time! i do all this shit for other people! and then i wake up and i'm empty! i have nothing !

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2 comentários:

Célia disse...

Já leste o livro? Nenhum dos problemas que referes existe lá. A questão psicológica é muito melhor explorada e há algumas diferenças no enredo - sendo a maior delas que Pat não se lembra do motivo que o separou da mulher. Já para não falar que o final não tem nada a ver, e não é nada lamechas ;)

barroca disse...

oi! não o li nem nunca tinha ouvido falar dele, apesar dos direitos já terem sido comprados há 5 anos para cinema e eu estar relativamente atenta às notícias da 7.ª arte. confesso que não fazia tenção de o ler, apesar de não ficar surpreendida que haja tantas diferenças entre o texto original e o adaptado (quantas vezes já [ou]vimos isso?!). se tiver oportunidade de mo emprestarem, lerei, mas comprar não me parece. ;)

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