domingo, 21 de fevereiro de 2016

blue jasmine

[ bom ]

título original. blue jasmine.

género. drama.
duração. 98 min
ano.
 2013

realização e argumento. woody allen.

protagonistas. cate blanchett. alec baldwin. sally hawkins. louis c k.
sinopse. uma mulher rica perde todo o seu dinheiro e é obrigada a morar numa casa muito mais modesta, ao mesmo tempo que tem de encontrar trabalho e voltar a pôr ordem na sua vida. [imdb]
 
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woody allen cumpre o habitual numa já longa e recheada carreira: bons diálogos, elenco cinco estrelas e uma crítica certeira. as suas personagens movem-se num palco real, o quotidiano das pessoas comuns, e ver blue jasmine é voltar ao universo de allen com um sorriso.

blue jasmine rendeu à talentosa cate blanchett inúmeros prémios. ela é a antítese da heroína, uma dondoca caída em desgraça quando o marido é preso por fraude e desvio de dinheiro (a lembrar o caso madoff). jasmine (nascida jeanette) french vê-se na penúria, sem dinheiro nem património, movida a antidepressivos e álcool, obrigada a trabalhar para se sustentar.



cedo percebemos que a vida de jasmine até então, apesar de confortável, foi uma cedência consciente ao conforto e ao luxo, indiferente (e nem sempre ignorante) às infidelidades e às negociatas dúbias do marido; em troca de roupas caras e um estilo de vida indolente, jasmine tudo permitiu, ao ponto de perder a identidade quando fica na miséria. nessa altura, apenas pode contar com a irmã, ela própria uma vítima dos esquemas cunhado no passado, mas que nunca vira as costas a jasmine.


sou fã do cinema de woody allen; adoro como ele pega em pessoas comuns e as torna únicas e interessantes mesmo quando confrontadas com situações banais. blue jasmine é profundo e comovente e o elenco é fantástico; tudo flui com naturalidade e a protagonista é tão real que sentimos por ela uma mistura de sentimentos, onde o talento de cate blanchett se destaca como um farol. bom filme.

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. can you please not fight in here? i don't think i can take it. for some reason, my xanax isn't kicking in .
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

transamerica

[ bom ]

título original. transamerica.

género. drama.
duração. 103 min
ano.
 2005

realização e argumento. duncan tucker.

protagonistas. felicity huffman. kevin zegers. stella maeve. elizabeth peña.
sinopse. bree é uma transsexual que, a dias de se tornar uma mulher a 100%, socorre toby, um adolescente que sonha encontrar-se com o pai que nunca conheceu. os dois partem juntos, numa viagem de carro, sem que o rapaz saiba que bree é o seu pai. [imdb]
 
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bree é uma transsexual a dias de fazer a operação definitiva que a tornará numa mulher. seguida de perto por psicólogos, que a acompanham na transição de sexo, segue segura na sua resolução. até ao dia em que recebe um telefonema que a destabiliza: descobre que tem um filho, cuja existência desconhecia, nascido numa altura em que bree era stanley.


uma das terapeutas que a segue é peremptória:
bree deve conhecer o filho e fechar esse capítulo antes de seguir em frente. o incentivo? a operação final fica adiada até que o faça. bree faz-se então passar por uma assistente social cristã e paga a caução de toby, que confidencia que quer seguir até los angeles.


juntos, fazem a road trip e são nessas cenas que se concentra o núcleo emocional do filme. vamos conhecendo o passado e as provações dos protagonistas e o que os motiva, as pessoas que têm nas suas vidas e como todos lidam com as suas desilusões e sucessos, com a diferença que os protagonistas são uma transsexual e o seu filho prostituto em vez dos habituais rebeldes sem causa\timas de crises de meia idade\intelectuais incompreendidos que habitualmente populam este género de filme.


transamerica é um filme despretensioso apesar da temática. gostei do ritmo, dos diálogos e adorei a felicity huffman, que só conhecia da série donas de casa desesperadas, da qual não sou fã, embora tente ver um episódio de vez em quando para ver se a coisa se compõe (ná!). vejam, é bom.

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. my body may be a work-in-progress, but there is nothing wrong with my soul .
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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

and then there were none (bbc)

 [ muito bom ]

título original. and then there were none.
género. policial. thriller.
episódios. 3 (180 min)
ano.
2015

realização. craig viveiros.
protagonistas. charles dance. sam neill. maeve dermody. aidan turner. toby stephens.
sinopse. dez estranhos são convidados para uma ilha isolada por uma tempestade, onde começam a ser executados um a um. quem será o assassino? [imdb]

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desde que foi anunciada esta adaptação que andava em pulgas para ver o resultado. and then there were none (ten little niggers, no original) não só é dos títulos mais vendidos da dama do crime, dame agatha christie, como é o meu livro favorito dela, cujo impacto ainda consigo recordar, quando o li devia ter 12/13 anos. fiquei acordada até tarde porque simplesmente tinha de saber o final, apesar de estar aterrorizada, "presa" naquela ilha com as personagens (foram estes momentos que cimentaram o meu amor pela leitura).


ao longo de três episódios, reunimo-nos em soldier island, corre o ano de 1939, com dez pessoas que nada têm, aparentemente, em comum. o anfitrião é o senhor u n owen e esposa, ausentes para receber os convidados. ao início, tal não é considerado particularmente estranho porque há criados para providenciar o conforto necessário, mas quando os convivas começam a ser eliminados, é impossível ignorar que foram atraídos para uma armadilha; resta saber o porquê.



qualquer um que tenha lido o livro ou tenha visto uma das suas inúmeras adaptações, parte com a aparente desvantagem de saber quem é o assassino e ver arruinada a revelação, mas aqui um bom argumento e um bom elenco compensam isso, além de haver uma modernização de algumas situações que tornam algumas ligações entre personagens mais coloridas; sem surpresa, foram tomadas algumas "liberdades criativas" nas cenas finais mas nada que estrague o resultado (ainda que tornando o assassino menos metódico e calculista do que no livro).



uma adaptação destas nunca poderia ser má, tendo em conta o material de origem. a duração de 3 horas totais é ideal e mais do que suficiente para conhecermos as personagens mergulharmos a fundo neste thriller psicológico; que bela mini-série para encerrar 2015 e dar as boas-vindas a 2016. agatha christie continua intemporal e os seus livros imortais!

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. one of us in this very room is in fact the murderer .
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