quarta-feira, 24 de julho de 2024

vidas passadas

 

[ muito bom ]


título original. past lives
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género. drama. romance.
duração. 1h 45min
ano.
2023

realização e argumento. celine song.
protagonistas. greta lee. teo yoo. john magaro.

sinopse. dois amigos de infância reúnem-se décadas depois de seguirem caminhos separados, e reflectem sobre a sua amizade e as escolhas que fizeram. [imdb]
 
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vidas passadas é um filme tocante e sublime sobre o tempo e sobre escolhas.

a cena de abertura do filme reúne as três personagens principais, sentadas num bar; tentamos perceber quem está ligado por laços de amizade ou de amor. 

pouco depois, viajamos duas décadas no tempo, e assistimos à amizade próxima de nora (greta lee, the morning show) e hae sung (teo yoo, meonigeim), ambos jovens residentes de uma coreia urbana.

nora emigra com os pais aos doze anos, deixando seul para trás. o quotidiano de hae sung não se altera.

anos mais tarde, os dois retomam o contacto. ela é escritora, e ainda se sente coreana, mas atravessa uma crise de identidade. ele teve um percurso comum, tornou-se um engenheiro e vive com os pais, e nunca esqueceu nora. hae sung é a ligação a uma infância pela qual nora anseia, atormentada por sentimentos que advêm de ser uma criança imigrante. hae sung é de uma espontaneidade e abertura desarmantes, e nora é atraída por isso. mas, eventualmente, os dois deixam de se falar.

anos mais tarde, nora está casada com arthur, um escritor nova-iorquino; abraçou a cultura local e continua a trabalhar como escritora. 

hae sung avisa a amiga de que vai visitar nova iorque. então, percebemos a confusão, e a saudade entre dois adultos que já não são íntimos, mas continuam muito próximos. arthur, o marido, não fica entusiasmado, mas tenta ser compreensivo e apoia a decisão da esposa em passar tempo com o amigo de infância.

a estreante realizadora/argumentista celine song usa o triângulo amoroso para ilustrar algo muito próximo do espectador: os ciclos e fases, caminhos e escolhas que todos experimentamos.

o filme recebeu as nomeações aos óscares para melhor filme e melhor argumento original, mas não ganhou; ganhou vários prémios noutros circuitos, nomeadamente para realizadora estreante/revelação e para melhor argumento.

a cinematografia é simples, mas visualmente gratificante. as personagens são emocionalmente inteligentes e reagem uns com os outros de uma maneira interessante e credível.

celine song dá uma perspectiva da dor e da saudade muito específica: por um período mais ou menos esquecido, por uma identidade, por um amante. mostra ainda como é possível alguém amar romanticamente mais do que uma pessoa.

vidas passadas é um filme muito bonito, com tudo o que se espera de uma boa fita: um romance ternurento, uma visão realista da vida, personagens que parecem reais mesmo que não nos revejamos nelas.

 imagens: google search engine 


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you dream in a language i can't understand. it's like there's this whole place inside you i can't go .
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sexta-feira, 5 de julho de 2024

guerra civil

 

[ bom ]


título original. civil war
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género. drama. thriller. acção.
duração. 1h 49min
ano.
2024

realização e argumento. alex garland.

protagonistas. kirsten dunst. wagner moura. cailee spaeny. nick offerman. nelson lee. jefferson white. jesse plemons.

sinopse. um grupo de jornalistas tenta captar imagens de uma nação em conflito, viajando pelos estados unidos durante uma guerra civil. [imdb]
 
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num futuro próximo, os estados unidos estão em conflito interno, devastados por uma guerra civil onde 19 estados saíram da união.

escondido na casa branca, o presidente (nick offerman, parks and recreation) faz um discurso em tom sombrio. a violência escala.

é neste esse cenário caótico que um grupo de jornalistas embarca numa viagem de exploração de uma américa sem norte.

a fotojornalista lee (kirsten dunst, the power of the dog, marie antoinette) – em homenagem à primeira fotojornalista a entrar em dachau, lee miller -, o seu mentor sammy (stephen mckinley henderson, lady bird) e o colega jornalista joel (wagner moura, narcos, tropa de elite) querem capturar a cena final da guerra, quando as forças cercarem e tomarem de assalto a casa branca.

a eles junta-se uma jovem fotógrafa (cailee spaeny, mare of easttown, alien: romulus), determinada a seguir os passos da sua heroína, lee.

guerra civil não explica a história de fundo nem os detalhes que levaram ao colapso. cabe aos espectadores preencher esse espaço, através das cenas.


na viagem de carro por um país em guerra, os jornalistas deparam-se com corpos pendurados, valas comuns, homicídios, incêndios, explosões.

o mundo em redor é controlado por homens moralmente fracos, sem capacidade de diálogo. creio que é essa a mensagem de alex garland, além de nos forçar a olhar além da lente e ângulo dos jornalistas, e a perceber a história sozinhos.

guerra civil é bom, embora não haja muito além do que é apresentado, que é a violência e o extremismo.

as personagens são muito bem interpretadas (graças a um elenco talentoso), mas faltou-lhes profundidade e um argumento mais robusto para ser excelente.

 imagens: google search engine 


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every time i survived a war zone, i thought i was sending a warning home - "don't do this". but here we are .
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