submersos

[ razoável ]

título original. underwater.
género. terror. ficção científica. thriller.
duração. 1h 35min
ano. 2020

realização. william eubank.
argumento. brian duffield. adam cozad.


protagonistas. kristen stewart. vincent cassel. t.j. miller. jessica henwick.

sinopse. uma equipa de investigadores a trabalhar no fundo do mar tenta chegar à superfície após um terramoto danificar o complexo. [imdb]

 

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a mais de 11 km da superfície, na fossa das marianas, uma equipa de especialistas perfura o solo marinho. um terramoto destrói o complexo e os poucos sobreviventes tentam chegar à superfície em segurança, atravessando o fundo do mar de um edifício para o outro em fatos especiais e apesar da pressão e da pouca visibilidade. 

o filme não demora nada a lançar-nos na acção principal, que é o terramoto e a devastação do complexo. há uma mensagem claramente ecológica, que não se tenta camuflar: a natureza está em cólera. 

os sustos são poucos: movimentos de câmara rápidos e desfocados. a aparência das criaturas marinhas é baseada na obra de lovecraft, realizador dixit.

não há grande desenvolvimento das personagens; os actores são competentes. como thriller dificilmente ficará na memória e no género de ficção científica não inova - não chega aos calcanhares dos clássicos.

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. what's the scariest part of a roller coaster? waiting in line .
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o homem invisível

[ muito bom ]

título original. the invisible man.
género. terror. mistério. thriller.
duração. 2h 4min
ano. 2020

realização e argumento. leigh whannell.

protagonistas. elisabeth moss. harriet dyer. oliver jackson-cohen. aldis hodge.

sinopse. cecilia escapa de um relacionamento abusivo, vivendo aterrorizada até ao dia em que o ex parece ter cometido suicídio. com o passar do tempo, cecilia começa a suspeitar que ele não está morto. [imdb]

 

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o homem invisível de 2020 foca-se na violência doméstica e coloca o protagonismo na mulher (cecilia) e não no titular da história - recriada inúmeras vezes desde 1940 depois de ter sido escrita em 1897 por h.g. wells. só isso, em si, já é refrescante e merece um visionamento atento. 

leigh whannel, uma das mentes por detrás de alguns filmes do franchise saw, sabe guiar muito bem o espectador, alternando o suspense e o thriller psicológico; não fosse a premissa bem vincada do filme, ficaríamos a pensar se cecilia não estaria louca e imaginado tudo. mas claro que o título é um spoiler absoluto, deixando claro que o ex-companheiro da protagonista não morreu.

o trabalho de câmara é excelente, colocando o espectador dentro das cenas e criando pavor perante um espaço vazio mas que imaginamos ocupado pelo vilão; as cenas de acção são emocionantes. a banda sonora transmite a inquietação necessária.

desde o início que o filme nos mantém em suspenso. existem alguns detalhes que não fazem muito sentido no desenvolvimento das personagens (a reviravolta final, por exemplo), mas que são perdoáveis.

à medida que a trama é desvendada, o filme vai perdendo força. o vilão parece invencível de uma forma que chega a ser absurda, desviando o foco para a ficção científica em vez de se manter no tema do assédio e da violência sofridas por tantas mulheres diariamente.

elisabeth moss carrega todo o filme e fá-lo magistralmente, captando a nossa atenção de uma forma consistente e dando dimensão a uma cecilia traumatizada pelo narcissismo e falta de empatia do homem com quem partilhava a vida. o elenco de apoio é competente.

o final é a parte menos conseguida. mas o caminho até lá é excelente.

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. he said that wherever i went, he would find me, walk right up to me, and i wouldn't be able to see him .
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jojo rabbit

[ muito bom ]

título original. jojo rabbit.
género. drama. comédia. guerra.
duração. 1h 48min
ano. 2019

realização e argumento. taika waititi.

protagonistas. taika watiti. roman griffin davis. scarlett johansson. thomasin mckenzie.

sinopse. um rapaz, membro da juventude hitleriana, descobre que a mãe está a esconder uma jovem judia. [imdb]

 

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esta noite são os óscares e a lista de nomeados a melhor filme é longa; jojo rabbit está entre os nomeados, e dos cinco (em nove) que vi, é um dos meus favoritos, a par com parasita. 

jojo tem 10 anos e vive numa cidade alemã nos últimos meses da segunda guerra mundial. o pai foi chamado para a frente de batalha e ele e a mãe vivem sozinhos. jojo é precoce mas naturalmente tímido, e quer ser como os outros meninos. sendo um rapaz do seu tempo, é fervoroso na sua defesa da ideologia nazi, crendo profundamente no que lhe é ensinado e envergando com orgulho o seu uniforme da juventude hitleriana. tem um amigo imaginário: pateta, espontâneo, que dança desengonçadamente... e é o sósia - versão maori - de hitler.

vamos seguindo a vida de jojo, semelhante à de tantas outras crianças alemãs na altura. torna-se bastante evidente como o ódio tem de ser ensinado para ser praticado. a mãe do protagonista tenta confrontar o filho com o extremismo das suas convicções sem revelar abertamente a sua própria ideologia. as cenas entre os dois são muito bonitas e enternecedoras; já as cenas entre jojo e a jovem judia são de confrontação e descoberta. à medida que jojo descobre outro tipo de amor, o ódio [aos judeus] deixa de fazer sentido.

e é isso que jojo rabbit é: a história de um rapaz que se apaixona e tem de manter a sua paixão secreta de toda a gente, incluindo dele mesmo, enquanto se apercebe de que a maioria dos adultos que o rodeiam lhe mente e são eles mesmos infantis nas suas convicções e no seu ódio. os diálogos são eficazes e o realizador/argumentista (que interpreta hitler) rouba todas as cenas em que aparece, a par com o melhor amigo de jojo (o estreante archie yates).

jojo rabbit nunca tenta ser um filme sobre o holocausto, e os momentos dramáticos são escassos e atenuados, mas subtilmente refere-se a várias atrocidades cometidas nessa altura. os diálogos entre adultos são irónicos e baseados na propaganda nazi da altura. várias personagens são caricaturas, as suas acções risíveis (como a cena em que o protocolo nazi do "heil hitler" é ridicularizado).

no final, o bem triunfa. a vida é bela; e dançar é obrigatório.

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. you're not a nazi, jojo. you're a ten-year-old kid who likes dressing up in a funny uniform and wants to be part of a club .
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