título original. women talking.
género. drama.
duração. 1h 44min
ano. 2022
protagonistas. claire foy. rooney mara. jessie buckley. ben wishaw. judith ivey. kate hallett. sheila mccarthy. michelle mcleod. frances mcdormand.
a voz das mulheres esteve nomeado para melhor filme e melhor argumento adaptado nos óscares 2023.
arrecadou o segundo, tendo o argumento sido adaptado do romance homónimo de miriam toews, publicado em 2018.
a
história é baseada em eventos ocorridos numa comunidade menonita, isolada e ultra-conservadora, e passa-se em 2010, mas
podia passar-se na idade média, tendo em conta o ambiente e
mentalidade. o filme auto-descreve-se como um acto de imaginação
feminina.
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na
maneira como a comunidade está organizada, são os homens que detêm
todos os privilégios que pode haver num modo de vida tão austero.
as raparigas e mulheres não têm direito à educação - são
analfabetas e refugiam-se na fé.
assim,
quando várias delas acordam cobertas de sangue e
hematomas, há rumores de que é obra de um demónio ou um castigo
divino. até se descobrir que os agressores são homens da
comunidade, os próprios familiares e vizinhos das vítimas... e a
forma como o fazem é sinistra.
as
autoridades intervêm e os homens vão à cidade para pagar a fiança
dos acusados.
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as mulheres têm pouco tempo para decidir o que vão fazer. começam por aprender a votar, com três opções em cima da mesa: 1) não fazerem nada; 2) ficarem e lutar; ou 3) abandonarem a comunidade.
como não sabem ler nem escrever, pedem ao professor da comunidade, um homem calmo e gentil – e o único homem que ficou para trás - para transcrever a acta da discussão.
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num
palheiro, com vista para os campos, fala-se de violência, de corpos
maltratados, de gravidezes e de fé. uma das mulheres está grávida;
e afirma amar já a criança que carrega, independentemente do pai.
outra delas não esconde a revolta nem a raiva. uma terceira tem
dificuldades em aceitar as suas escolhas.
a
câmara de sarah polley sai do palheiro (às vezes), e mostra-nos
crianças alegres, a correr e a brincar, oferecendo uma pausa dos
momentos tensos entre as mulheres, mas regressa sempre àquele, à
discussão difícil que leva a acusações, choros, desabafos e a
momentos de ternura e união.
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há profundidade nas ideias que são discutidas: a natureza do perdão, a condição feminina, como manter a fé quando os seus representantes são corruptos, a maternidade.
é um filme inspirador, muito bem escrito e o elenco principal é fantástico.
é uma fita extremamente envolvente e dramática, com um excelente ritmo. algo surpreendente para um filme passado num palheiro onde meia dúzia de personagens discutem e esgrimem argumentos.
a voz das mulheres é um filme que toca fundo, que perturba e fica connosco muito depois de o vermos. a ver e a rever.
. we didn't talk about our bodies. so when something like this happened there was no language for it. and without language for it, there was a gaping silence. and in that gaping silence was the real horror .
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