sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

the undoing

 

 [ bom ]

título original. the undoing.
género. acção. mistério. thriller.
episódios. 6 (5h 37min)
ano.
2020

criador. david e kelley.
protagonistas. nicole kidman. hugh grant. donald sutherland. noah jupe. lily rabe.
sinopse. a vida de uma terapeuta é virada do avesso quando a sua família se vê envolvida num mediático caso de homicídio. [imdb]

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the undoing é uma série adaptada do livro de jean hanff korelitz, intitulado you should have known, com nicole kidman, donald sutherland e hugh grant como protagonistas.
 
com um elenco destes, o meu interesse aumentou consideravelmente quando vi a série no catálogo da amazon prime video.
 
a série começa com um vislumbre da classe alta nova-iorquina, com acesso a escolas privadas e diversos eventos. é neste ambiente selectivo que surge uma mulher latina que destoa do resto das mães, uma pintora cujo filho usufrui de uma bolsa.


Imagem: Google Search Engine

grace fraser (nicole kidman) é uma terapeuta e toma para si a missão de fazer a recém-chegada sentir-se bem-vinda.

pouco depois, a jovem pintora é encontrada morta, vítima de homicídio, e o marido de grace, jonathan (hugh grant), um oncologista, é o suspeito natural, dado que mantinha uma relação extra-conjugal com a vítima. a partir deste dia, a vida aparentemente perfeita de grace desmorona-se.

Imagem: Google Search Engine

tudo isto acontece no primeiro episódio, marcando o início de um drama envolvente e muito bem realizado, que brinca com os estereótipos do género e deixa o espectador intrigado.
 
através de flashbacks e dos diálogos entre as personagens, vamos alternando entre os suspeitos possíveis, entre personagens principais e secundárias, fruto de um bom argumento e um elenco cinco estrelas (nicole kidman é excelente), que nos afastam das soluções mais óbvias enquanto não as deixam ser descartadas de todo


Imagem: Google Search Engine


este é um dos pontos altos da série, na minha opinião. nunca se perde o ritmo dos restantes pontos da trama, que introduzem inúmeras reviravoltas que nos mantêm interessados.
 
gostei ainda das cenas em tribunal, onde podemos matar saudades da excelente sofie grabol/sarah lund de the killing, aqui num papel discreto. estas cenas fizeram-me recordar  vários policiais que cresci a ver, onde várias vezes o culpado (ou culpada) confessava em jeito de climax ou era desmascarado com contornos melodramáticos. the undoing resiste a isso.
 
Imagem: Google Search Engine
 
the undoing é um thriller competente, com um final bem sucedido.

não sendo uma série fenomenal, é um bom investimento de meia dúzia de serões.


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. juries don't like to convict good-looking people. they certainly don't like to imprison doctors, and they don't like to punish the wealthy. as much as we think we like to stick it to the rich, in the end, we don't. we never do .
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

gritos (2022)

 

[ bom ]

título original. scream.

género. terror. thriller.
duração. 1h 54min
ano.
 2022

realização. matt bettinelli-olpin. tyler gillett.
argumento. james vanderbilt. guy busick.

protagonistas. neve campbell. courteney cox. david arquette. jenna ortega. melissa barrera. marley shelton. jack quaid.
sinopse. mais de 20 anos após o massacre de woodsboro, um novo assassino toma o lugar de ghostface; quem será?[imdb]
 
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este novo gritos é o quinto filme da saga, iniciada em 1996 com gritos.

é o primeiro a não ser realizado pelo mítico wes craven, falecido em 2015. 

funciona simultaneamente como uma requel (misto de reboot e sequela, misturando o universo dos filmes anteriores com novo material e abrindo novos caminhos, como aconteceu com Star Wars e Jurassic Park) e uma homenagem a wes craven e à restante saga - nomeadamente o primeiro filme, considerado o melhor pelos críticos e pela maioria dos fãs.

Fonte: Google Search Engine

desde o lançamento do primeiro gritos em 1996, uma lufada de ar fresco dentro do género, com os seus diálogos mordazes e a auto-crítica aos clichés do género, que a saga terá atravessado três gerações diferentes de espectadores e cinéfilos, os filmes permanecendo na cultura pop em proporção da respectiva relevância. todos têm uma base comum (eventos, protagonistas), à qual se dá uma nova roupagem e reviravoltas de forma a refrescar o que já foi feito.

após 25 anos do primeiro massacre em woodsboro, uma jovem recebe um telefonema de ghostface. é assim que abre (novamente) gritos em 2022. 

é uma cena que remete para a cena inicial do filme de 1996, com drew barrymore, uma cena arrepiante e genial, icónica no cinema moderno de terror. o cenário repete-se: ao falhar uma das questões, a jovem é brutalmente atacada. 
 
Fonte: Google Search Engine

a partir daqui, somos apresentados a um novo grupo de protagonistas, alguns deles com nomes de figuras maiores do cinema (wes, carpenter) que terá de ser sobreviver ao assassino mascarado, seguindo as regras de sobrevivência, elencadas no original.

como nos filmes anteriores, esta nova fita de 2022 está bem ancorada no tempo presente, embora sejam várias as piscadelas d'olho aos filmes precedentes e as meta-references abundantes e inteligentes, que nos fazem soltar uns quantos "ahah, percebi o que fizeram ali e gostei!". 

interessante ainda a abordagem ao chamado "elevated horror", termo usado para caracterizar filmes como Hereditary, The Babadook e It follows, que tentam aterrorizar/perturbar/inquietar o espectador com o recurso a temas densos e mensagens implícitas ao invés de recorrerem a "sangue e tripas", sendo que gritos se auto-caracteriza como não fazendo parte deste grupo "elevado" mas furtando-se à etiqueta de "simples", estando numa categoria muito própria.

Fonte: Google Search Engine

é o duo de relizadores matt bettinelli-olpin e tyler gillett, conhecidos pelo filme de terror de 2019,
ready or not (bom filme!), que toma o leme, com várias referências - e reverência - ao trabalho de wes craven.

o novo elenco é talentoso e diverso. o elenco original, com neve campbell, courteney cox e david arquette, elevam o filme; temos campbell e cox mais couraçadas, num papel quase de mentoras, e um david arquette mais complexo, e sempre interessante de seguir.

pode ir-se ao filme céptico q.b. -  afinal é o quinto título (um dos slogans diz tudo: “[o assassino] é sempre alguém que tu conheces”) e quantas reviravoltas poderão ainda surpreender? e aqui pesa o facto de ser previsível e da fórmula já não ter, quiçá, muito a oferecer. a revelação final não é bombástica... nem poderia ser, acrescentariam alguns.

apesar de não ser tão bom, na minha opinião, como o 1.º e o 4.º filmes, não desilude.

no fim, gritos (2022) salda-se num filme inteligente, com o terror e humor auto-depreciativo habituais, uma adição digna à saga.

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. i’m sidney fucking prescott. of course i have a gun.
 
. there are certain rules to surviving a stab movie. rule #1: never trust the love interest. rule #2: what is the killer's motive ? rule #3: the first victim always has a friend group that the killer's a part of .
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domingo, 2 de janeiro de 2022

chapelwaite

 

 [ bom ]

título original. chapelwaite.
género. terror. mistério.
episódios. 10 (8h 36m)
ano.
2021

adaptação. jason filardi. peter filardi.

protagonistas. adrien brody. emily hampshire. jennifer ens. gord rand. ian ho. devante senior.
sinopse. após a morte da esposa, o capitão charles boone decide deixar a vida de marinheiro e mudar-se com os filhos para a casa dos seus antepassados, mesmo que isso signifique enfrentar a hostilidade dos locais, que não vêem como bons olhos o clã boone. [imdb]

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em 2019, noticiou-se que o canal televisivo norte-americano epix estaria a preparar uma série de terror inspirada no conto jerusalem's lot, de stephen king, com adrien brody no papel principal. em 2021, a série foi lançada. 
 
sendo fã de terror, era uma questão de tempo até a ver. o facto de ter adrien brody também ajudou. quando ficou disponível aqui em frança, no amazon prime video, juntei-o logo à lista.

 
o ano é 1850. o capitão boone, recentemente viúvo, muda-se com os três filhos para a propriedade de família que lhe foi deixada como herança, chamada chapelwaite, que inclui uma mansão, terrenos e uma serração. chapelwaite fica próxima de preacher's corners, e os habitantes não acolhem a família boone de braços abertos, com os primeiros episódios a focarem-se nos conflitos entre os dois lados.
 
este não é o tema principal, mas sim uma maldição que assombra a família boone há gerações, e é mantido o suspense sobre o que possa ser. será loucura? uma doença hereditária? outra coisa?


vistos todos os dez episódios, diria que os pontos que, para mim, melhor resultaram foram as interpretações (o elenco mais jovem é especialmente bom) e toda a atmosfera gótica e as referências lovecraftianas. a forma como o suspense foi crescendo e as várias hipóteses em aberto mantiveram-me interessada. 
 
a história tem ainda um vilão forte, com carisma e horripilante. gostei bastante do final.
 
pontos menos bons passam pelo potencial desperdiçado. 
 
a série é longa para todas as possibilidades que são inicialmente abordadas (emancipação feminina, racismo, conflitos empregador/empregado na serração) e depois esquecidas, sem serem desenvolvidas. afectou o ritmo da história, tornando-a vagarosa. li algumas opiniões que referiam que resultaria melhor com menos episódios. estou inclinada a concordar. 
 
a utilização de vocabulário moderno também não funciona bem, pois a acção remonta há mais de 170 anos.


chapelwaite é uma boa série, e acredito que podia ser superior, tivesse resistido a alguns clichés que não acrescentaram nada (além de palha) e que podiam ter-me levado a desistir de a acabar.
 
Lista de episódios:

1. Blood Calls Blood
2. Memento Mori
3. Legacy of Madness
4. The Promised
5. The Prophet
6. The Offer
7. De Vermis Mysteriis
8. Hold the Night
9. The Gathering Dark
10.The Keeper

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. well, anyone who spends time in chapelwaite is either a lunatic or runs the risk of becoming one. it's just a rumor, mr. boone. i mean, isn't that what ambitions are? a form of madness? isn't a sliver of lunacy what it takes to dream beyond the realm of the ordinary ?
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