sábado, 27 de julho de 2013

hellraiser - fogo maldito


[ bom ]

título original. hellraiser.

género. terror.

duração. 94 min
ano.
1987
realização e argumento. clive barker. 
protagonistas. andrew robinson. clare higgins. ashley laurence. doug bradley.
sinopse. uma mulher infiel tenta resgatar o amante, que perdeu a forma terrena, do inferno. [imdb]

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hellraiser - fogo maldito marcou a estreia na realização do escritor clive barker, uma estreia memorável e promissora q.b. tendo em conta o argumento, o livro em que foi baseado e que tudo se passou em 1987. o filme foi uma autêntica pedrada no charco, uma vez que os títulos de terror até à data, tinham deixado de ser surpreendentes, resumidos a sequelas sucessivas de pesadelos em elm street, sextas feiras 13 e halloweens a invadirem as salas ano após ano.

neste título de 1987 (26 anos, xiiii), seguimos frank cotton, um hedonista sempre à coca da próxima experiência alucinante, depois das drogas e as orgias já não serem novidade; as coisas precipitam-se quando compra uma peculiar caixa chinesa - chamada a 'configuração do lamento' - e resolve o puzzle que a mesma encerra. no mesmo instante, frank desaparece para uma dimensão de prazeres inimagináveis (na verdadeira acepção do termo) e morre para o mundo.
uns filmes envelhecem melhor do que outros...

anos depois, o irmão e a cunhada de frank mudam-se para a casa que ele habitou. julia é uma mulher apática que boceja 24h por dia e que liga pouquíssimo ao marido e à enteada, que, por sua vez, vivem um para o outro. a pouca emoção que julia sente tem o seu auge quando reencontra frank na casa, escondido no sótão, longe do homem que foi outrora; o que este ser lhe pede, em memória de outros tempos, e ela aceita fazer, marcam o tom de um filme negro e original.

hellraiser - fogo maldito tornou-se um filme de culto; tem sangue e vísceras, tem sexo e violência, tem originalidade e cenobitas. a história é marcada justamente pela aparição dos cenobitas (criaturas infernais e deformadas, exploradores...), que roubam todas as (poucas) cenas onde aparecem. o resto: os actores, os cenários, os efeitos especiais, passam a ser secundários quando estes seres obre-humanos aparecem, destacando-se o líder, carinhosamente baptizado pelos fãs como pinhead (olh'ó cabeça d'alfinete!). os sádicos cenobitas, "sado-masos" até ao tutano, o argumento e a banda sonora (e)levam o filme a outro patamar.




este filme é estranho, é desconfortável e é curioso. os cenobitas são uma novidade que apetece explorar e há mais meia dúzia de filmes-sequela que dão essa oportunidade, embora a sua qualidade seja altamente questionável.

hellraiser - fogo maldito é uma referência perturbante.  o cinema quer-se, entre outras coisas, controverso, sensorial e desconfortável e há várias formas de o atingir; este filme é uma delas.
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explorers... in the further regions of experience. demons to some. angels to others  .
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terça-feira, 9 de julho de 2013

jovem adulta

[ razoável ]

título original. young adult.

género. drama.

duração. 94 min
ano.
2011
realização. jason reitman.
argumento. diablo cody. 
protagonistas. charlize theron. patton oswalt. patrick wilson. elizabeth reaser.
sinopse. desiludida com a sua vida, mavis gary decide regressar à cidade onde cresceu, mercury, disposta a começar de novo e ser feliz. o plano passa por reconquistar o antigo namorado de liceu, agora um homem casado com um bebé recém-nascido. [imdb]

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jovem adulta conta a história de como mavis gary, linda, financeiramente estável e bem-sucedida, recebe um e-mail que a força a olhar para as opções que fez... e arrepender-se. outrora uma rapariga muito popular no liceu e com um namorado dedicado, mavis deixou a cidade-natal para tentar vingar como escritora na grande cidade. o sonho foi cor-de-rosa até deixar de o ser.

recém-divorciada, demasiado apegada ao álcool e a escrever o último livro da série juvenil (young adult) que lhe deu fama e dinheiro, mavis sente-se na caca, desmotivada e frustrada. à beira da depressão e completamente desfasada da realidade, tem a ideia brilhante de voltar a mercury e retomar a sua vida com o seu namorado de liceu, indiferente ao facto que ele é casado e teve recentemente o primeiro filho.

despenteada e sem maquilhagem? és bué de feia, charlize!
ver a forma patética como mavis tenta alcançar o seu intento é o trunfo do filme, num claro abono ao talento de charlize theron, perfeita no uso doseado da sua beleza. mavis gary é egoísta, imatura e está a marimbar-se para toda a gente que não lhe seja útil, o que se reflecte na forma como diz as coisas e se relaciona com terceiros.

curiosamente, o seu único aliado em mercury revela-se um antigo admirador de liceu a quem mavis nem dizia olá, mas que consegue perceber a desorientação e solidão que se escondem por detrás do plano mirabolante da escritora.



nalguns diálogos e momentos percebe-se que estamos perante a imaginação da argumentista de juno, diablo cody, mas são a excepção. é complicado ver a estupidez e egoísmo galopantes de uma mulher que crê ter tido o seu auge (em todos os sentidos) no liceu e que decide ser feliz a todo o custo numa personagem detestável até bem perto do final (pouco convincente), onde percebemos finalmente alguns comportamentos. o filme revela-se medíocre na globalidade.

a moral da história em jovem adulta é que nem sempre há uma moral. há vidas, há opções, há pessoas e, como em tudo, há-as boas, más, assim-assim e derivados mil. salva-se a fuga ao final feliz tradicional.

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that's because it doesn't matter what happens to them. they're nothing. might as well die. fuck mercury  .
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