quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

v de vingança

[ muito bom ]

título original. v for vendetta.

género. acção.
duração. 132 min
ano.
2005

realização. james mcteigue. 
argumento. andy e lana wachowski.
protagonistas. hugo weaving. natalie portman. rupert graves. john hurt.
sinopse. numa inglaterra futurista, liderada por um tirano, um homem mascarado desencadeia uma revolução quando insta os compatriotas a lutar contra a opressão. [imdb]
 
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baseado no livro homónimo de banda desenhada, de alan moore e david lloyd, v de vingança remete para uma inglaterra futurista (ano de 2020) liderada por um governo opressivo, e conta a história de "v", o mascarado que tudo fez para derrubar o regime instituído.

"v" tem ideiais fortes e faz uso do terrorismo (explosões, esquemas, homicídio) para atingir os seus fins. vestido com roupa preta, uma longa capa e o rosto oculto por uma máscara de guy fawkes, "v" debita a sua ideologia a cada frase que profere, não atentando contra a população em si, mas contra os agentes políticos. uma noite, salva uma jovem do ataque de dois membros da polícia secreta.


penchant para o drama? um pouco, sim...

a jovem, evey, treinada por "v", vai tornar-se uma preciosa aliada, depois de perceber o que move o mascarado e de como o governo vigente, a continuar no poder, mergulhará o país num terror cada vez mais profundo, embrutecendo as pessoas e limitando todo e qualquer direito adquirido.

«this visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished.»

a essas mesmas pessoas não parece restar outra opção que não obedecer, e conformarem-se com o que é imposto. as tentativas de "v" em despertar a população do seu torpor sucedem-se, ao mesmo tempo que vai minando a política do silêncio e do medo; o grande golpe está previsto para 5 de novembro.


o argumento é um mimo e o livro original, escrito em 1982, continua actual, pois os temas abordados são universais. ainda não li o livro, mas várias são as opiniões que defendem a sua fidelidade à obra de moore e lloyd.

hugo weaving, mesmo por trás de uma máscara de plástico (um símbolo que diz pouco ao folclore português mas muito ao inglês), torna "v" uma personagem magnética e poderosíssima, arrebatando o espectador com o seu discurso subversivo e a ingenuidade de algumas das suas ideias (a sua crença na bondade do ser humano é inspiradora, apesar de extremamente naïve). evey representa o povo, a recusa em acreditar num futuro mais negro mas uma cúmplice do regime, passiva e obediente; ser levada ao limite derruba as últimas reservas que tem contra a ordem imposta.



o filme é sombrio, a mensagem temível. v de vingança não pretende converter o espectador aos ideais de revolta, mas leva-o a pensar nas circunstâncias e em todo o processo que levou ao seu culminar. não imagino quem não possa gostar do filme, pois mesmo despido de toda a estética, fica a mensagem, desconfortável (até demais).

para já, ficou o desconforto e a vontade de ler a banda desenhada.

bom 2014!



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. people should not be afraid of their governments. governments should be afraid of their people

. i remember how the meaning of words began to change. how unfamiliar words like "collateral" and "rendition" became frightening, while things like norsefire and the articles of allegiance became powerful. i remember how "different" became dangerous .
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