sábado, 9 de fevereiro de 2013

hitchcock


[ bom ]

título original. hitchcock.

género. drama.

duração. 98 min
ano.
2012
realização. sacha gervasi.
argumento
. john j mclaughlin.
protagonistas. anthony hopkins. helen mirren. toni collette. scarlet johansson.
sinopse. a relação entre hitchcock e a mulher, alma, na produção e lançamento da mais ousada, e mais aplaudida, aventura cinematográfica do realizador, psico. [imdb-do-filme]

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tinha bastante curiosidade em ver este filme, como fã do mestre do suspense. embora um título que tenha o nome da figura principal remeta para uma biografia, aqui não é o caso. hitchcock não narra a vida e obra do cineasta, centrando-se apenas no período de tempo que cobre a execução do seu maior sucesso na tela, psycho. também o enfoque na mulher do realizador, alma reville, e o seu protagonismo apontam para que o título de "hitchcock e alma" fosse mais apropriado.

o filme passa-se em 1959; hitchcock acabou de lançar intriga internacional e sente-se incomodado quando um jornalista sugere que é altura de se reformar. espicaçado, decide recuperar a irreverência artística dos anos iniciais e começa a procura por um livro que justifique um argumento em que valha a pena investir. encontra-o no livro de robert bloch, psycho, baseado na vida do serial killer ed gein.

é difícil vermos neste "boneco" hannibal lecter

a ideia não é bem recebida pelos estúdios nem pela mulher de hitchcock, alma, que está decidida a escrever um argumento com um amigo. mas o realizador está obcecado com a ideia e quando a solução passa por financiar o filme independentemente, hipoteca a casa para o poder filmar.

a partir daqui, assistimos ao processo criativo que resultou em psycho: o casting, o argumento, as cenas, os efeitos visuais e sonoros. mais nenhuma obra do autor é focada ao passo que a relação entre alma e hitchcock é-o e de que maneira.
hitchcock deixa adivinhar um homem inseguro e não tão genial, obcecado por louras esculturais e que depende de uma forma pouco saudável da esposa, cuja personagem é bastante mais desenvolvida e complexa. sinceramente, apesar de não conhecer quase nada da vida de alma reville, não é a ideia que tinha (nem continuo a ter) de alfred hitchcock.
são as cenas que se relacionam com psycho que realmente nos prendem a atenção e que dão a deixa para as cenas mais inteligentes, bem humoradas e mordazes do filme. tirando isso, torna-se algo banal, onde a figura hitchcockiana apenas faz corpo presente, sem grande profundidade.

anos 60, hollywood, glamour zero

a grande maioria do filme é "roubada" pelo elenco feminino, com tónica em helen mirren (alma reville) e scarlett johansson (janet leigh), ao que se contrapõe um excelente james d'arcy como anthony perkins, com pouquíssimo tempo de antena (o que é uma pena). anthony hopkins está bem, mas o seu hitchcock pareceu-me pouco natural; a classe e o sarcasmo estão lá, mas muitas cenas pareceram-me forçadas. este hichcock é pouco brincalhão e demasiado instável, nada parecido com aquele que vi em entrevistas ou na televisão.

gostava de ter gostado mais, passe a redundância. adorei as partes que rodeiam a rodagem de psycho e aquelas em que hitchcock lida com os censores mas tudo o resto é aborrecido. pode ser que, no futuro, hollywood faça justiça ao mestre do suspense com um filme à sua altura e largura.


um filme bonzinho, assim um bom menos.

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. you may call me hitch, hold the cock .

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2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

A ver em casa. Tens razão, não reconhecia o Anthony Hopkins... Beijoca!

barroca disse...

yep, hollywood dá-lhe na caracterização! aliás, basta lembrar a nicole kidman n'as horas ou o eddie murphy no prof chanfrado. :D

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