dark winds (temporada 1)

 

[ muito bom ]

título original. dark winds.
género. thriller. drama. crime.
episódios. 6 (4h 15m)
ano. 2022

criador. graham roland.
protagonistas. zahn mcclarnon. jessica matten. kiowa gordon. noah emmerich. deanna allison. rainn wilson. jonathan adams. eugene brave rock. jeremiah bitsui. 

 

sinopse. na década de 70, dois detectives indígenas investigam um homicídio duplo numa comunidade do sudoeste americano. [imdb]

 

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dark winds é uma série produzida por george r.r. martin e robert redford, baseada nos policiais do multi-premiado tony hillerman, baseados na cultura indígena dos navajos. 

fonte: imdb

em entrevistas, tony hillerman sempre admitiu a tentativa em não ser demasiado político na sua escrita, nunca escondendo que a sua intenção era de incutir nos leitores um respeito pela cultura nativa americana.

a série de livros - alguns deles publicados em portugal e no brasil nos anos 90 -, seguem dois polícias navajos em várias investigações na década de 70.

 

os navajos (ou diné, "o povo") são um povo indígena da américa do norte, distribuídos actualmente por reservas nos estados do novo méxico, utah e arizona, onde praticam livremente os seus costumes e crenças.

fonte: imdb

dark winds começa com um assalto a uma carrinha de valores, com os criminosos a serem avistados a dirigirem-se para a reserva índia, e prossegue com o assassinato de dois habitantes da reserva em circunstâncias peculiares e com contornos ritualísticos. é uma abertura ambiciosa, que marca o tom (sombrio) para o que se seguirá.

 

a investigação da polícia índia local mistura-se com a investigação federal do fbi, com as previsíveis rivalidades pelo meio. na reserva, os navajos lutam para manter tradições antigas no mundo moderno [de 1970]. há dignidade na forma como são retratados, com os protagonistas sendo dois índios de gerações diferentes.

fonte: imdb

o xerife joe leaphorn (zahn mcclarnon, doctor sleep e westworld), grisalho e experimentado, tem uma paixão pelas suas raízes, crendo numa ligação do homem ao mundo natural. longe de ser um fundamentalista, tem uma mente lógica e estudos superiores que usa no seu quotidiano profissional.

jim chee (kiowa gordon, the red road e twilight) é jovem e idealista, dividido entre o código da sua profissão e a sua fé. ambicioso, sente-se tentado pelo apelo do fbi e pelo "homem branco" na pessoa do agente whitover (noah emmerich, the americans e the hot zone).

 

a dupla é forçada a colaborar, procurando os criminosos numa comunidade que vive o dia a dia misturado com folclore e crenças, praticando costumes tribais e rituais de iniciação dos antepassados.

fonte: imdb

dark winds é uma série bem escrita, com elementos de suspense, um elenco excelente e referências culturais interessantes. a cinematografia capta bem a imensidão árida da reserva dos navajos e apreciei bastante as várias nuances da série que evocam os filmes western.

dark winds foi renovada para uma segunda temporada.

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. real is in the eye of the beholder .
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caliphate

[ muito bom ]

título original. kalifat.
género. thriller. drama. crime.
episódios. 8 (6h 13m)
ano. 2020

criador. wilhelm behrman.
protagonistas. gizem erdogan. amed bozan. aliette opheim. nora rios. lancelot ncube. amanda sohrabi. 

 

sinopse. uma agente recebe a informação de um atentado iminente em território sueco. num liceu, um grupo de amigas são aliciadas para um mundo novo que lhes oferece escolhas diferentes de tudo o que conhecem. [imdb]

 

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caliphate é uma série sueca de 2020, disponível na plataforma netflix.

 

ao longo de oito episódios, seguimos fatima, uma ambiciosa agente que prefere trabalhar sozinha; pervin, a esposa de um membro do daesh que quer sair da síria; e sulle e kerima, duas adolescentes insatisfeitas com a vida familiar que têm e sem perspetivas que lhes agradem.

Fonte: Google Search Engine

centrada na luta contra o terrorismo do daesh, a história mostra o processo de recrutamento e radicalização dos jovens baseados na suécia, assim como a investigação criminal de denúncias, neste caso através de uma agente impulsiva que decide agir paralelamente à chefia com base numa informação anónima.

 

Fonte: Google Search Engine

as interpretações são excelentes, mas é o argumento realista, e a qualidade da escrita, que tornam caliphate uma série a ver.

quem não leu sobre as "noivas do daesh", jovens europeias que deixaram as suas vidas ocidentais para trás para abraçarem uma vida seguindo a interpretação mais radical do islão, casando com membros do daesh?

 

várias delas fizeram notícia quando, anos depois, depois de o daesh sucumbir perante os exércitos curdo-árabes, abandonaram o califado e se refugiaram em campos no leste da síria e pediram para voltar aos seus países de origem, o que nem sempre foi concedido.

Fonte: Google Search Engine

a acção de caliphate baseia-se em algumas dessas histórias, através dos olhos de diferentes actores em lados diferentes do conflito: como os radicais vivem e se organizam; o quotidiano das ex-noivas, agora esposas a viver na síria; a parte da investigação policial em solo europeu (sueco, neste caso); como é feito o recrutamento de pessoas para garantir o funcionamento e os objectivos da organização extremista.

 

a tensão é muito bem doseada e os episódios mantêm-nos envolvidos na história, que tem várias reviravoltas. talvez devido ao número de episódios (8), há umas quantas coincidências convenientes para fazer avançar a acção, mas nada dramático. com um elenco e personagens internacionais, ouvimos árabe, sueco, turco, bósnio e inglês - eu vi caliphate com o áudio original, mas está disponível uma versão dobrada em inglês.

Fonte: Google Search Engine

a série tem o nível que poderíamos esperar de uma grande produção norte-americana (estou a pensar em homeland, uma das minhas séries de eleição sobre terrorismo e segurança interna), que só traz crédito extra ao resultado final.

o final é bastante bom, deixando algumas situações em aberto. à data deste apontamento, não estava prevista uma segunda temporada.

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