sexta-feira, 30 de março de 2012

1408


título original. 1408

realização. mikael hafström.
argumento. matt greenberg. scott alexander. larry karazewski.
protagonistas. john cusack. samuel l jackson. tony shalhoub.
género. terror. thriller.
duração. 112 min
ano.
2007
sinopse. mike enslin é um céptico como há poucos. autor de uma série de best-sellers desacreditando acontecimentos paranormais, decide passar uma noite num suposto assombrado quarto de hotel onde várias pessoas morreram ao longo dos anos. [imdb-do-filme]


avaliação [ bom ]


crítica. 1408 é um bom filme, assustador qb, mas rotulá-lo como terror é menosprezá-lo. é verdade que o filme recorre ao terror, mas a um nível psicológico em vez de apostar em litros de sangue e gritos sucessivos, o que confere uma atmosfera de tensão bastante eficaz. também não é previsível, o que o torna apetecível de seguir.

a história centra-se em mike enslin, um escritor que se notabilizou a escrever livros que desacreditam fenómenos paranormais (fantasmas, aparições, manifestações espíritas). fruto das suas experiências, mike tem uma forma cínica de ver o mundo e isso reflecte-se na forma como escreve, que tanto agrada como repudia as pessoas que o lêem.

o seu último livro foca-se em quartos de hóteis assombrados. mike tenta hospedar-se no hotel dolphin, cujo quarto 1408 tem fama de ser letal para os hóspedes (enforcamentos, quedas, pulsos cortados) que lá passam a noite.
o escritor está determinado a fazê-lo e o resultado é uma noite inesquecível. 


as reviravoltas do argumento são de deixar qualquer cabeça em água
(no bom sentido)

a história é dinâmica e não se centra apenas no quarto de hotel, passando por vários cenários e experiências passadas do protagonista; john cusack faz um papelão como o escritor erudito que após a morte da filha, passa a encarar a escrita como um modo de ganhar a vida e preocupa-se em escrever o que rende. tudo aquilo porque passa no quarto 1408 é uma experiência alucinante para o espectador e verdadeiramente assustadora.

uma boa adaptação de stephen king (fossem todas assim), verdadeiramente memorável.


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. eight dollars for beer nuts ? this room is evil !

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domingo, 25 de março de 2012

underworld: o despertar


título original. UNDERWORLD: AWAKENING

realização. mäns märlind. björn stein.
argumento. len wiseman. john hlavin. j michael straczynski. allison burnett.
protagonistas. kate beckinsale. michael ealy. india eisley.
género.
fantasia. acção.
duração. 88 min
ano.
2012
sinopse. quando as forças humanas descobrem a existência dos clãs dos vampiros e dos lycans, inicia-se uma guerra para erradicar ambas as espécies. [imdb-do-filme]


avaliação
[ fraco ]

crítica. underworld: o despertar é o filme mais fraco da saga. eles são quatro e eu vi três. este foi o pior. com quatro argumentistas e dois (!) realizadores, esperava muito melhor.

basicamente, o filme parece um episódio de uma série de vampiros da moda, junta-lhe uns lobisomens que parecem tudo menos lobisomens, humanos que armaram um genocídio que aniquilou a maioria dos seres sobrenaturais, temos a heroína de arma em punho e pontapé sempre pronto. e está feito. a forma como a história se desenrola é previsível, acção é morna e sem grande paciência, há que aguentar até ao final do filme.

se eu participasse neste filme, também não ficava nada contente.

selene, a protagonista vampira, é uma heroína carismática, mas sozinha não faz milagres. em hora e meia de filme, menos de meia tem diálogos, quase todos debitados pela actriz principal, e mesmo esses são introduções para porrada e explosões e criaturas pelo ar. também não há grande coisa a dizer, o argumento é tão complexo como isso.

underworld: o despertar é um grande barrete e fico contente de não o ter visto no cinema porque não teria valido o preço do bilhete, tão fraco que é.


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. this is a new war and it's only beginning .

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terça-feira, 20 de março de 2012

the grey - a presa


título original. THE GREY

realização. joe carnahan.
argumento.
joe carnahan. ian mackenzie jeffers.
protagonistas. liam neeson. dermot mulroney. frank grillo.
género.
drama.
duração. 117 min
ano.
2012
sinopse. um grupo de sobreviventes luta pela vida após o avião em que seguiam se despenhar no alasca. têm de escapar ao gelo, ao frio e a uma feroz alcateia de lobos, que os perseguem sem descanso. [imdb-do-filme]


avaliação [ muito bom ]


crítica. the grey - a presa é, à data deste apontamento e nas semanas que se seguem, o melhor filme em exibição no cinema. a luta entre o homem e a natureza resulta bastante bem no grande ecrã, proporcionando uma experiência mais realista. o isolamento e o desespero das personagens e a sensação de vastidão dos cenários impressiona na tela gigante com som surround.

ottway é um perito em lobos, contratado para assegurar a segurança dos trabalhadores numa instalação no alasca. trocado por miúdos, a sua tarefa é matar os lobos que se aproximam demasiado. quando a equipa regressa a casa, o avião despenha-se no deserto de neve e os sobreviventes da queda ficam à mercê dos elementos e dos lobos. o filme segue a sua luta pela sobrevivência, ao que se juntam as dificuldades das relações humanas, com cada homem a revelar as suas fraquezas e medos na dinâmica de grupo.

os meninos à volta da fogueira, com lobos à espreita para os papar...

a acção do filme é electrizante e a história tem momentos de grande tensão emotiva que levam a uma reflexão mais aprofundada de algumas questões (a perda de um ente querido, actos de coragem, como encarar a morte), sem cair na lamechice nem no lugar-comum. o elenco é discreto e muito competente.

the grey - a presa é um filme muito rico simbolicamente, onde o cenário agreste e os lobos são metáforas maiores, com um significado muito mais profundo do que o retratado. como filme de acção é bom, mas como drama é excelente.

a não perder.


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. once more into the fray, into the last good fight i'll ever know. live and die on this day. live and die on this day ...

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quinta-feira, 15 de março de 2012

expiação



título original. ATONEMENT

realização. joe wright.
argumento.
christopher hampton.
protagonistas. keira knightley. james mcavoy. saoirse ronan.
género.
drama.
duração. 123 min
ano.
2007
sinopse. robbie está apaixonado por cecilia e é correspondido, bastando uma faísca para a relação se tornar mais forte. quando isso acontece, briony, que tem um fraquinho por robbie e ciúmes da irmã, acusa-o de um crime que ele não cometeu. [imdb-do-filme]


avaliação [ muito bom ]


crítica. expiação / atonement é hipnoticamente belo, com um argumento baseado no romance de ian mcewan. da mesma equipa técnica (realizador incluído) de orgulho e preconceito, transporta-nos ao longo de 2 horas de pura magia.

a história é poderosa e explora as várias facetas (as positivas e as mais negras) do ser humano, com a acção passada nos anos 30 e 40.
a belíssima história de amor entre cecilia e robbie serve de âncora a momentos dramáticos de grande intensidade e visualmente muito ricos; a primeira meia hora do filme é sublime. é impossível ficar indiferente à beleza da cenografia e dos actores.


um belo "trapinho", ícone de um filme poderoso

todo o filme é cativante, raro, de uma beleza poética subtil e cenas assombrosas. é incrível o mal que a imaginação fértil de uma adolescente ressentida pode causar, ainda que inconscientemente. as acções têm as naturais consequências...

expiação / atonement retrata temas fortes de uma forma fabulosa. os protagonistas (knightley, mcavoy e garai) são excelentes e os actores secundários bem escolhidos (destaque para o novo sherlock da televisão, benedict cumberbatch, num papel menos escrupuloso do que o de mister holmes) mas a espantosa keira knightley destaca-se; todas as cenas em que aparece são memoráveis, como a do mergulho na fonte e a da fatídica noite social; o vestido esmeralda tornou-se icónico.

se ainda não viram o filme, procurem-no e vejam. eu adorei.


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. i wouldn't necessarily believe everything briony tells you. she's rather fanciful .

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segunda-feira, 12 de março de 2012

meninas de calendário


título original.
CALENDAR GIRLS

realização.
nigel cole.

argumento. juliette towhidi. tim firth.
protagonistas. helen mirren. julie walters. celia imrie.
género. comédia. drama.
duração. 108 min
ano.
2003

sinopse. quando o marido de annie morre, esta decide angariar dinheiro para o hospital local com a ajuda das amigas; decidem, então, fazer um calendário... sem roupa. [imdb-do-filme]


avaliação
[ bom ]

crítica.  meninas de calendário é um filme inspirado num caso verídico, o que torna o visionamento mais agradável. numa remota (e pitoresca) aldeia inglesa, o wi (clube feminino britânico) promove encontros onde se discutem temas pertinentes como a viçosidade do brócolo e a arte da compota. quase todas as mulheres da aldeia o frequentam, mais pela oportunidade de convívio do que pela utilidade dos temas.

quando o marido de um dos membros do clube, annie, morre de leucemia, a viúva chorosa decide agir e angariar dinheiro para o hospital local, de forma a tornar a sala de espera num espaço mais confortável e acolhedor para os familiares dos internados. a seu lado tem a melhor amiga chris, e juntas com umas quantas cinquentonas e sessentonas, decidem fazer um calendário a executar as tarefas quotidianas... em pêlo. a ambição é amealhar umas magras centenas de libras, mas a iniciativa vai ter um sucesso e mudar a vida anónima das "modelos".



este filme foi feito antes de helen mirren protagonizar 'a rainha', pois claro!

meninas de calendário apoia-se no elenco feminino de qualidade que o protagoniza (com actrizes inglesas laureadas) e no tema original. longe de ser uma comédia, tem uma premissa engraçada e algumas situações que fazem sorrir, mas tem uma carga dramática acentuada e está claramente focada no tema de meia-idade (a relação com o corpo, com as amigas, com os maridos), onde nunca se sente que estamos a ver um filme para cotas.

é sempre inspirador ver os cenários luxuriantemente verdes do english countryside e o humor britânico é um gosto adquirido.

um filme com um tema diferente, que vale a pena espreitar.


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. l
awrence, we're going to need considerably bigger buns .

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sexta-feira, 9 de março de 2012

os despojos do dia


título original. THE REMAINS OF THE DAY

realização. james ivory.
argumento. ruth prawer jhabvala.
protagonistas. anthony hopkins. emma thompson. hugh grant.
género.
drama.
duração. 134 min
ano.
1993
sinopse. stevens é o mordomo perfeito, que passou a maior parte da sua vida profissional ao serviço de lord darlington, um simpatizante nazi. o mordomo apercebe-se anos depois que a sua inquestionável fé e dedicação ao seu trabalho foram mal aplicadas. [imdb-do-filme]


avaliação [ muito bom ]

crítica. os despojos do dia é um drama intenso com actores de topo, mais do que garante de duas horas bem passadas. a mensagem é poderosa e o filme faz pensar; a experiência vale a pena.

anthony hopkins interpreta james stevens, um mordomo perfeccionista e austero, que vive para o trabalho e evita envolvimentos afectivos de qualquer espécie. governa a lida doméstica da mansão do patrão, lord darlington, com rigor e vive para encarnar e cumprir o papel do mordomo perfeito, não por vaidade mas por brio e sentido de dever.


a governanta da casa, miss kenton, é a única pessoa que tenta furar-lhe a carapaça, mas os dois têm uma comunicação limitada pela formalidade do mordomo, que vê no empregador uma pessoa imaculada e acima de qualquer reparo, e cujo bem-estar é a prioridade máxima. a sua dedicação tem um preço alto, de que stevens só tem consciência anos mais tarde.


de um dramatismo intenso, é um filme com mensagens sublimes

os despojos do dia foi bastante nomeado para os óscares no seu ano de estreia, mas apenas ganhou prémios noutros eventos, nomeadamente para melhor actor (anthony hopkins) e melhor actriz (emma thompson).

a cenografia do filme é bastante boa, com os interiores da mansão inglesa e os maneirismos da década de 30 muito bem retratados. o retrato do mordomo por parte de anthony hopkins é fantástico, um homem que excede a competência na sua profissão ao ponto de negligenciar a sua própria felicidade. o filme tem uma melancolia e uma sensibilidade sublimes, muito do meu agrado.

mais do que a oportunidade de ver um filme de qualidade, de aproveitar para rever christopher reeve num dos seus últimos bons papéis.


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. in my philosophy, mr benn, a man cannot call himself well-contented until he has done all he can to be of service to his employer. of course, this assumes that one's employer is a superior person, not only in rank, or wealth, but in moral stature .

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terça-feira, 6 de março de 2012

a coisa





título original. THE THING

realização. matthijs van heijningen jr.
argumento. eric heisserer.
protagonistas. mary elizabeth winstead. joel edgerton. ulrich thomsen.
género. terror. ficção científica.
duração. 103 min
ano.
2011
sinopse. uma equipa de cientistas noruegueses depara-se com uma nave extraterrestre enterrada no gelo e um organismo que parece ter morrido. na realidade, está vivo e consegue transformar-se em tudo o que toca. [imdb-do-filme]

 

avaliação [ razoável ]


crítica. a coisa é a prequela do clássico de 1982 com kurt russell, veio do outro mundo. o filme de john carpenter é poderoso e assustador, a melhor das adaptações do conto de john campbell.

este filme, de 2011, serve de prequela ao excelente filme de carpenter e conta a história do que se terá passado anteriormente, nomeadamente de onde e como surgiu o organismo extraterrestre que aterroriza o grupo de humanos do primeiro filme. assim, a acção volta à antárctica, onde
um grupo de cientistas noruegueses descobriu o sobrevivente de uma nave espacial enterrada no gelo. um grupo de investigação é formado e, com uma tempestade iminente, vêem-se forçados a sobreviver quando o extraterrestre tenta escapar para a civilização, recorrendo ao que sabe fazer melhor: enganar e ocultar. 

o efeito surpresa esgotou-se no filme de 1982 e há poucos sobressaltos, o que se salda numa hora e meia morna, sem inovação nem choque. mais,
ao passo que o clássico inovou no campo dos efeitos especiais, aqui o abuso de cgi é tal que se torna de mau gosto, .


o suspense está lá, mas nada bate o clássico de carpenter

a coisa não tem personagens carismáticas nem uma história que prenda. as interpretações são chatas (faltam actores competentes) e o recurso constante ao cgi substitui a atmosfera claustrofóbica que tanto encantava no primeiro filme, banalizando-se a história.

em suma, uma má imitação do clássico de carpenter.


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. so, i'm gonna die because i floss ?
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sábado, 3 de março de 2012

o silêncio dos inocentes


título original. THE SILENCE OF THE LAMBS

realização. jonathan demme.
argumento.
ted tally.
protagonistas. jodie foster. scott glenn. anthony hopkins.
género.
thriller.
duração. 118 min
ano.
1991
sinopse. com o intuito de tentar perceber a mente do assassino, o fbi manda a agente clarice starling entrevistar um prisioneiro, o psiquiatra hannibal lecter, que poderá fornecer informações psicológicas do perfil de um homicida, buffalo bill. [imdb-do-filme]

 

avaliação [ muito bom ]


crítica. o silêncio dos inocentes é um thriller aliciante que se tornou num clássico do cinema, em grande parte graças ao carisma e profundidade que anthony hopkins deu a hannibal lecter, um psiquiatra brilhante que se tornou um homicida canibal.

as interpretações do filme são todas muito boas, desde jodie foster a ted levine (o vilão buffalo bill) e a atmosfera do filme é toda ela muito sombria. clarice starling é praticamente lançada aos lobos quando a mandam falar com hannibal lecter e a sua inteligência brilhante conquista a admiração do psicopata, e todas as cenas que os dois partilham têm subjacente uma aura de perigo e atracção muito fortes.


a forma como a trama se desenrola é hábil e vai escalando até ao final, numa combinação perfeita de suspense e lógica psicológica, suportada pelas frases enigmáticas que lecter vai dando e clarice vai desvendando.


por mais filmes que faça, sir anthony hopkins será sempre o nosso canibal favorito

o silêncio dos inocentes é um filmaço e as cinco estatuetas douradas que ganhou (melhor actor, melhor actriz, melhor filme, melhor realizador e melhor argumento adaptado) são prova suficiente. os diálogos são riquíssimos e as personagens principais magnéticas. li que a luta pelos papéis de protagonista foram concorridas (mais de 300 actrizes fizeram audições para o papel de clarice starling e inúmeros nomes sonantes, como sean connery e jack nicholson, foram convidados para interpretar hannibal lecter), mas o resultado final é fenomenal e não imagino outras caras.

há cenas icónicas (como a de bufallo bill a dançar com o "apetrecho" preso entre as pernas e as conversas entre starling e lecter), o simbolismo do filme é muito forte (a traça, os cordeiros) e a acção intensa. lecter fica como um dos maiores vilões do cinema e o filme elevou a fasquia dos thrillers a um nível a que nenhum outro filme chegou desde então.


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. a census taker once tried to test me. i ate his liver with some fava beans and a nice chianti .

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