domingo, 19 de maio de 2013

mamã


[ bom ]

título original. mama.

género. terror.

duração. 100 min
ano.
2013
realização e argumento. andrés muschietti.
protagonistas. jessica chastain. nikolaj coster-waldau. daniel kash. jane moffat.
sinopse. há cinco anos, as irmãs victoria e lilly desapareceram sem deixar rasto. quando são descobertas, subnutridas numa cabana isolada, são entregues a lucas e annabel, que as acolhem e vão descobrir que as meninas não estiveram sozinha todos esses anos... [imdb-do-filme]

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mamã foi o filme de terror mais aguardado no início de 2013. como fã do género, tinha bastante curiosidade em vê-lo. com guillermo del toro como produtor, as expectativas de um visual caprichado eram elevadas; a presença de jessica chastain, num invulgar look moreno, também me aguçou o interesse.

o filme segue o drama de duas irmãs, encontradas cinco anos após o seu desaparecimento numa cabana isolada, em estado quase selvagem. um psicólogo apaixona-se pelo caso e tenta participar na reabilitação das pequenas, entregues aos cuidados de um tio que nunca desistiu de as resgatar
.
jessica chastain irreconhecível como uma rockeira assombrada

as boas intenções e o amor do tio (e da sua companheira) são postas à prova quando começam a acontecer episódios estranhos, que levam a crer que as crianças não estão sozinhas e que têm uma entidade que as protege, a quem as meninas chamam "mamã". o filme é bom até um determinado ponto, pois contém vários pontos fortes e boas ideias, mas o que ganha ao deixar o espectador empolgado e ansioso, perde na falta de contenção ao mostar a "mamã" e descarrilar para o susto fácil e cenas previsíveis.

esta "piquena" dá um show de representação
o ambiente e o visual estão muito bem conseguidos e o filme funciona melhor como thriller do que como filme de terror. o argumento é uma história de fantasmas bem explorada ao início mas que descamba e vai perdendo mística, bastante graças ao uso abusivo de cgi. infelizmente para mamã, apesar de um argumento interessante e das boas interpretações, com destaque para o elenco feminino, miúdo e graúdo, guillermo del toro não voltou a repetir a façanha d'o orfanato.

é um filme bom, bonzinho vá.

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. a ghost is an emotion bent out of shape, condemned to repeat itself time and time again .

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sábado, 11 de maio de 2013

eles voltam


[ razoável ]

título original. eles voltam.

género. drama.

duração. 100 min
ano.
2012
realização e argumento. marcelo lordello.
protagonistas. maria luiza tavares. elayne de moura. georgio kokkosi. irma brown.
sinopse. as horas vão passando e com elas cresce o medo de dois adolescentes, sozinhos numa estrada no meio do nada, onde os pais os deixaram. quando o irmão se cansa e decide ir à procura de ajuda, cris, de 12 anos, fica à sua sorte. [imdb-do-filme]

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do cartaz do indie lisboa'13, decidi ir ver o filme brasileiro eles voltam, de marcelo lordello, nomeado para melhor longa metragem do festival. a história segue cris, de 12 anos, deixada à berma da estrada com o irmão mais velho, e forçada a encontrar o caminho para casa sozinha.

o ritmo do filme é lento, arrastado, e dá uma ideia ao espectador diferente da realidade, pois este não é um thriller psicológico, mas sim um filme de contrastes sociais e de crescimento da personagem principal, a adolescente cris. com cris, que fala pouco (quase nada, na realidade), descobrimos um brasil rural queimado pelo sol, com gente humilde e samaritana, que nunca desiste de ajudar a jovem a voltar para casa, e um brasil mais citadino, estéril e frio, onde as pessoas não comunicam nem se "dão", numa dicotomia campo/cidade demasiado óbvia.

a história é dominada por personagens femininas (com boas interpretações do elenco), que aparecem em pequenos segmentos da viagem de cris, representando diferentes classes e experiências de vida. ao início, esta abordagem promete ser interessante e original mas rapidamente desagua numa interpretação demasiado aberta e vaga, onde há muitas mais questões do que respostas.


a mensagem do filme é boa, centrada na alienação e na dificuldade das pessoas forjarem laços afectivos, mas a forma como a história é contada tornou o filme enfadonho para mim, com um final demasiado brusco e que comprometeu tudo o que vi até então.

nota: eles voltam não ganhou o prémio de longa metragem nem qualquer menção honrosa no indie lisboa'13, o que não surpreende. 

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

este é o meu lugar


[ bom ]

título original. this must be the place.

género. drama.

duração. 118 min
ano.
2011
realização e argumento. paolo sorrentino.
protagonistas. sean penn. frances mcdormand. harry dean stanton. judd hirsch.
sinopse. cheyenne tem cinquenta anos, é judeu e uma ex-estrela de rock. apesar de levar uma vida confortável, está deprimido. a morte do pai, com quem não falava há décadas,  força-o a deixar o seu exílio auto-imposto. [imdb-do-filme]

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depois de ter ficado desiludida com a forma desinspirada como sean penn interpretou um mob boss em força anti-crime, a minha fé no seu imenso talento foi restaurada com o alternativo este é o meu lugar, do conceituado realizador paolo sorrentino.

o filme centra-se em cheyenne, cinquentão, ex-rockstar, que nem no conforto do lar (uma grande mansão na irlanda) abdica da maquilhagem pesada e do cabelo pintado de preto asa de corvo. cheyenne cultiva a sua imagem icónica à la robert smith e passeia pela cidade com o seu trolley de estimação, despreocupado e indiferente aos inúmeros comentários e olhares. o seu pilar é
a mulher, jane, uma adepta do new age e bombeira de profissão, que o mantém num plano mais prático da vida.

o que se faz numa piscina vazia? joga-se squash, duh!

a vida repete-se sem sobressaltos até ao dia em que cheyenne recebe a notícia da doença do pai, que se adivinha terminal. afinal, não é o por não o ver nem lhe falar há 30 anos que não o ama. decide viajar para nova iorque até à casa de família e enfrentar os seus fantasmas. e aqui a história "arranca", precipitando o espectador num filme discreto mas eficaz na mensagem, com interpretações absolutamente imaculadas, um humor certeiro e um argumento interessante.

sean penn faz o filme todo sozinho
sean penn brilha como cheyenne, a sua busca pessoal é credível e a construção da personagem é fantástica. as histórias paralelas das personagens menores são interessantes e permitem conhecer melhor o protagonista. a fotografia do filme é de babar.

este é o meu lugar peca, no entanto, por ser demasiado longo (duas horas de filme) e se arrastar em algumas cenas. o final é impactante mas sabe a pouco e ficam algumas questões em aberto. no final, o saldo é positivo mas fica-se com a impressão que o filmen tinha potencial para ser mais e melhor.

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. without realizing it, we go from an age where we say: "my life will be that" to an age where we say: "that's life" .

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