caliphate

[ muito bom ]

título original. kalifat.
género. thriller. drama. crime.
episódios. 8 (6h 13m)
ano. 2020

criador. wilhelm behrman.
protagonistas. gizem erdogan. amed bozan. aliette opheim. nora rios. lancelot ncube. amanda sohrabi. 

 

sinopse. uma agente recebe a informação de um atentado iminente em território sueco. num liceu, um grupo de amigas são aliciadas para um mundo novo que lhes oferece escolhas diferentes de tudo o que conhecem. [imdb]

 

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caliphate é uma série sueca de 2020, disponível na plataforma netflix.

 

ao longo de oito episódios, seguimos fatima, uma ambiciosa agente que prefere trabalhar sozinha; pervin, a esposa de um membro do daesh que quer sair da síria; e sulle e kerima, duas adolescentes insatisfeitas com a vida familiar que têm e sem perspetivas que lhes agradem.

Fonte: Google Search Engine

centrada na luta contra o terrorismo do daesh, a história mostra o processo de recrutamento e radicalização dos jovens baseados na suécia, assim como a investigação criminal de denúncias, neste caso através de uma agente impulsiva que decide agir paralelamente à chefia com base numa informação anónima.

 

Fonte: Google Search Engine

as interpretações são excelentes, mas é o argumento realista, e a qualidade da escrita, que tornam caliphate uma série a ver.

quem não leu sobre as "noivas do daesh", jovens europeias que deixaram as suas vidas ocidentais para trás para abraçarem uma vida seguindo a interpretação mais radical do islão, casando com membros do daesh?

 

várias delas fizeram notícia quando, anos depois, depois de o daesh sucumbir perante os exércitos curdo-árabes, abandonaram o califado e se refugiaram em campos no leste da síria e pediram para voltar aos seus países de origem, o que nem sempre foi concedido.

Fonte: Google Search Engine

a acção de caliphate baseia-se em algumas dessas histórias, através dos olhos de diferentes actores em lados diferentes do conflito: como os radicais vivem e se organizam; o quotidiano das ex-noivas, agora esposas a viver na síria; a parte da investigação policial em solo europeu (sueco, neste caso); como é feito o recrutamento de pessoas para garantir o funcionamento e os objectivos da organização extremista.

 

a tensão é muito bem doseada e os episódios mantêm-nos envolvidos na história, que tem várias reviravoltas. talvez devido ao número de episódios (8), há umas quantas coincidências convenientes para fazer avançar a acção, mas nada dramático. com um elenco e personagens internacionais, ouvimos árabe, sueco, turco, bósnio e inglês - eu vi caliphate com o áudio original, mas está disponível uma versão dobrada em inglês.

Fonte: Google Search Engine

a série tem o nível que poderíamos esperar de uma grande produção norte-americana (estou a pensar em homeland, uma das minhas séries de eleição sobre terrorismo e segurança interna), que só traz crédito extra ao resultado final.

o final é bastante bom, deixando algumas situações em aberto. à data deste apontamento, não estava prevista uma segunda temporada.

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. i'm all she has. she will call back .
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hellraiser (2022)

    

[ bom ]

título original. hellraiser.
género. terror. thriller. mistério.
duração. 2h 1min
ano. 2022

realização. david bruckner.

argumento. ben collins. luke piotrowski. david s goyer.

protagonistas. odessa a'zion. jamie clayton. adam faison. goran visnjic. brandon flynn. selina lo.

sinopse. reboot do filme homónimo de 1987, é a história de uma caixa mágica que serve para conjurar criaturas de uma outra dimensão. [imdb]

 

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o mais recente hellraiser, da plataforma de entretenimento hulu, é um reboot da história de clive barker, adaptada pelo próprio em 1987 (hellraiser - fogo maldito). um reboot é uma reformulação de um conteúdo anterior, mantendo o nome mas adaptando a história e criando uma versão nova.

 

Fonte: Google Images

 

assim, hellraiser oferece uma visão inédita da história de barker, 'the hellbound heart' (1986), e distante q.b. do filme de culto de '87.

estão de volta os sádicos cenobitas, com o líder pinhead a ser interpretado por uma mulher pela primeira vez.

Fonte: Google Images

os humanos na mira dos sádicos são jovens adultos, nenhum deles particularmente simpático. há conflitos, discussões e comportamentos irresponsáveis, alimentados por álcool, drogas e imaturidade. 

 

dois deles, trevor e riley (a protagonista) encontram a caixa puzzle maldita, fazem uma série de más escolhas, e o grupo acaba numa mansão isolada à mercê dos cenobitas, tentando sobreviver como podem enquanto um ritual macabro está em marcha.

 

Fonte: Google Images

o realizador david bruckner (dele ainda só vi o ritual, e gostei) é fiel ao espírito do original mas não mais do que isso. há mais nudez e menos desvios sexuais, menos sobressaltos e mais referências religiosas. o filme começa bem mas vai perdendo vapor.

 

o argumento tem um par de surpresas mas segue uma fórmula morna, que nos habituámos a ver noutros filmes de terror. o filme é elevado pelos efeitos especiais e pelos avanços na área da maquilhagem e próteses desde 1987, substituindo o cabedal dos cenobitas dos filmes anteriores por camadas de pele, tendões e músculos, reveladores de mutilações extremas.

Fonte: Google Images

 

as novas criaturas estão muito bem caracterizadas, mais orgânicas (a weeper, o masque e o asphyx são os meus favoritos) mas menos carismáticas; a história tem menos luxúria, zero sado-maso e hedonistas menos extremos. o potencial da história original continua lá e os cenobitas permanecem personagens extraordinárias.

o resultado é um filme bonzinho, menos desconfortável e inovador que o material de origem e o filme de '87. a moral no final é bem executada e faz sentido. aguardemos a sequela.

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