sexta-feira, 22 de abril de 2022

lupin's daughter

  

[ bom ]

título original.
ルパンの娘 劇場版 (a filha de lupin).
género. acção. crime. comédia.
duração. 1h 50min
ano.
 2021

realização. hideki takeuchi.
argumento. yuichi tokunaga.

protagonistas. k
yoko fukada. koji seto. kanna hashimoto. maju ozawa. rui kuriharas.
sinopse. uma família de ladrões junta-se para um último golpe antes da reforma do seu patriarca. [imdb]
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lupin's daughter é o mais recente trabalho do multipremiado realizador e produtor japonês hideki takeuchi.
 
adaptado do livro “rupan no musume”, de dai yokozeki, o filme é classificado como uma comédia fantástica.

Fonte: Google Search Engine

este foi um dos filmes que vi na edição de 2022 do fantasporto, escolhido propositadamente tendo em conta que quase não vejo cinema japonês
 
o filme abre com a revelação de que o patriarca de um clã de ladrões (o clã L) vai reformar-se. para uma despedida em grande, o clã prepara um golpe final na europa com todos os membros do grupo, o que implica convencer hana, agora afastada do mundo do crime e dedicada ao marido e à filha, a juntar-se a eles.
 
Fonte: Google Search Engine

desde o início que o espectador é brindado com cenas sucessivas cheias de cor, movimento e tiradas cómico-absurdas q.b., algo que se mantém ao longo de filme e que servirá (e bem) para equilibrar as várias cenas de violência de um dos sub-enredos [carregado de dramatismo].
 
este equilíbrio foi sempre bem acolhido pelo público que estava na sala de cinema, e ríamos a bom rir, principalmente quando a personagem que servia como comic relief principal (e que quase sempre entrava em cena a patinar (!) e/ou a dançar, com montagens kitsch como fundo) aparecia. de notar que todo o elenco possui um excelente timing de comédia.
 
Fonte: Google Search Engine

lupin's daughter ganharia em ser mais curto, mas compreendo que a introdução, e desenvolvimento, dos sub-enredos precisem de ser fechados. isto porque o filme não é apenas uma comédia, usando os elementos burlescos e fantasiosos para navegar entre os vários tons da fita - inclusive os mais sombrios.

não só pela novidade de ver uma mistura de drama e animé que nos permitiu rir candidamente, como pelo visionamento de algo diferente dos nossos géneros de predilecção que excedeu as nossas expectativas, o filme saldou-se numa experiência muito positiva. recomendo.

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. this is the l's clan last heist. our final treasure .

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domingo, 10 de abril de 2022

follow her

 

[ muito bom ]

título original. follow her.

género. suspense. thriller.
duração. 1h 35min
ano.
 2022

realização. sylvia caminer.
argumento. dani barker.

protagonistas. dani barker. luke cook. mark moses. eliana jones.
sinopse. uma aspirante a actriz vive dos vídeos que põe na internet. um dia, responde a um anúncio que a obriga a deslocar-se para um lugar remoto e isolado. uma reflexão sobre a invasão de privacidade e a exposição online. [imdb]
 
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follow her é um excelente thriller, ao que ajuda ter uma mensagem impactante
 
jess peters é uma aspirante a actriz com trabalhos pontuais. a sua fonte principal de rendimento vem da ocupação como streamer/vlogger, onde jess responde a anúncios peculiares/bizarros (por ex: procura-se jovem para uma sessão de cócegas), publicando depois o vídeo da sessão/encontro no seu canal online - os anunciantes, que não sabem que estão a ser filmados, aparecem com a cara oculta por um filtro que lhes protege a identidade.

Fonte: Google Search Engine

o número de seguidores de jess já atingiu várias centenas de milhar e continua a aumentar. vemos ainda que ela convive com outras vloggers, com quem partilha a aspiração de criar contéudo impactante o suficiente para se tornar viral (o $onho!).

jess junta ao útil ao agradável porque pensa estar a desempenhar uma actividade útil q.b. com
(alegadas) boas intenções; ao racionalizar que a internet está pejada de conteúdos bem menos meritórios, então, ganhar dinheiro com o que faz é a cereja no topo do bolo. 
 
o pai de jess condena o que ela faz e relembra-a de que aquela é uma actividade ilegal - as gravações são feitas sem a outra pessoa saber (logo, sem poder consentir), levando a infracções de imagem e vida privada. percebemos que há um conflito entre pai e filha, por isso quando, talvez tanto como protesto como para marcar posição, ele diz à filha que quer vender o apartamento onde jess vive sem pagar renda, ela vê nisso a confirmação que é nos anúncios online que residem as oportunidades (rápidas) para fazer dinheiro.
 
Fonte: Google Search Engine

assim, responde ao anúncio mencionado na sinopse no filme, onde se procura alguém para acabar um argumento. jess sente-se à altura e encontra-se com o atraente (e brincalhão) tom num lugar público mas isolado. 
 
a interacção entre os dois tem vários momentos de sobressalto mas jess acaba por seguir todas as escolhas menos recomendadas (ou não teríamos filme) com mais ou menos coerência.

é importante destacar que a
protagonista, pela sua ocupação e personalidade, alterna entre os papéis de predadora e perseguida no "jogo de gato e rato", justificando as suas acções e acreditando que conseguirá ficar em segurança.
 
Fonte: Google Search Engine

o filme tem hora e meia e desenrola-se a um bom ritmo.
 
a tensão é muito bem trabalhada e follow her foge dos clichés quase sempre no último minuto, jogando habilmente com as expectativas do telespectador, inclusive dos amantes de thrillers que poderão achar que já não conseguem ser surpreendidos.
 
há mais do que uma reviravolta no último terço do filme, mas é na reviravolta final que reside o ponto forte - é um twist bastante bom, com tanto de credível como de assustador.

follow her ganhou, na edição deste ano do fantasporto, os prémios de melhor filme cinema fantástico, melhor actriz principal e prémio do público.
 
é um filme do seu tempo, que poderá "envelhecer" mais ou menos bem. à data deste apontamento, é extremamente actual e pertinente.

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. you social media stars, you think the world is all about your shitty fucking content .

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