segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

django libertado


[ muito bom ]

título original. django unchained.

género. drama. western.

duração. 165 min
ano.
2012
realização e argumento. quentin tarantino.
protagonistas. jamie foxx. leonardo dicaprio. christoph waltz. franco nero. james remar.
sinopse. django é comprado por um caçador de recompensas para o ajudar na captura dos irmãos brittle. o sucesso da missão leva os dois homens a permanecerem juntos para perseguir os criminosos mais procurados pela lei. apesar da sua nova vida, django mantém-se focado num objectivo: encontrar e resgatar broomhilda, a esposa que perdeu no comércio de escravos. [imdb-do-filme]

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tarantino volta à realização três anos depois de sacanas sem lei. o regresso era bastante  aguardado, principalmente porque o realizador/argumentista gosta de inovar e surpreender. com django libertado, quentin volta ao western spaghetti, numa homenagem ao género imortalizado por figuras como clint eastwood, bud spencer e franco nero.

ao longo de mais de duas horas e meia, seguimos o percurso do escravo django, comprado por schultz, um caçador de recompensas de olho num trio de irmãos que lhe vai render bom dinheiro. a ajuda de django cimenta uma amizade que leva schultz a propôr-lhe sociedade e, em pleno século 19, numa américa sulista esclavagista até mais não, preto e branco juntam-se num objectivo comum: entregar os criminosos procurados às autoridades e receber o dinheiro prometido. mas django quer mais: quer recuperar broomhilda, a esposa escrava vendida a calvin candie, um poderoso senhor sulista. o seu novo (e único) amigo decide ajudá-lo e ambos partem rumo a candyland.

há pouca coisa com que se entreterem à noite...

apesar do filme ser longo, a açcão é dinâmica, os pormenores abundam e há comédia, crítica social e muito tiro e sangue pelo ar para nos deliciarmos. os filmes de tarantino primam pela originalidade e pela diferença, não só porque o realizador gosta de dar um toque pessoal aos géneros clássicos do cinema mas principalmente porque as personagens e os diálogos são complexos e têm uma riqueza que poucos realizadores podem dizer que têm nos seus filmes sem que estes percam o apelo.

e o que dizer do naipe de actores? fantástico, desde o mais mediático ao menos conhecido. samuel l jackson tem uma personagem tão detestável que é impossível não gostar e leonardo dicaprio está impecável como sempre. estou indecisa sobre a actuação de jamie foxx como django porque não há grande evolução em termos de expressões à medida que a personagem muda, mas gosto do seu django confiante e mau como as cobras.

quem ganha o confronto de djangos: o da década de 60 ou o actual?
não falta polémica nem violência, presente em várias cenas de retrato da escravatura e também da vida em sociedade. em alguns casos pareceu-me excessiva, como nas cenas do massacre final, mas é o clímax do filme e uma descarga de todo o negativismo que rodeia o comércio humano e o preconceito racial, por isso é justificado (mas não deixou de me parecer demasiado sangrento).

o filme é bastante longo, mas tem qualidade e é uma homenagem ao western spaghetti, que marcou a geração do meu pai, verdadeiro apreciador do género, por isso desculpa-se: afinal, havia bastantes coisas para mencionar e tarantino prima pela "picuinhice". e ainda bem, porque os espectadores ficam a ganhar.


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. kill white people and get paid for it? what's not to like ?

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domingo, 20 de janeiro de 2013

a casa na floresta


[ bom ]

título original. the cabin in the woods.

género. terror.

duração. 95 min
ano.
2011
realização. drew goddard.
argumento. drew goddard. joss whedon.

protagonistas. chris hemsworth. anna hutchison. kristen connolly. richard jenkins.
sinopse. cinco amigos planeiam uma escapadela, no meio da natureza, para descontrair da rotina universitária. o que os espera não é um fim-de-semana normal. [imdb-do-filme]

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a casa na floresta é uma reviravolta original e bem-vinda ao já muito batido género de terror. pega nos habituais clichés usados em 1001 filmes, refina-os e usa-os um nobre objectivo: salvar o mundo. do quê? de quem? dos deuses antigos, que o destruirão se não forem apaziguados com sacrifícios humanos. tão simples como um filme de james bond, que também salva sempre o mundo do extermínio promovido por uma mente com complexo de deus.



partindo das variações dos estereótipos da virgem ingénua, a amiga badalhoca, o desportista bonzão, o intelectual sabichão e o amigalhaço ganzado, um fim-de-semana numa cabana no meio da natureza é manipulado de forma a que os jovens escolham a forma como vão morrer. confuso? tudo é explicado no filme. curiosos? vejam o filme.


por detrás de tudo está uma moderna, competente e acutilante equipa de engenheiros e técnicos, cujo objectivo é manterem a ordem natural, certificando-se que o equilíbrio é mantido. como? ver o primeiro parágrafo sobre os deuses antigos bué poderosos. como o fazem? recorrendo a hologramas, câmaras, gás e substâncias psicotrópicas
.




claro está que os jovens têm uma hipótese... ainda que condicionada. no início da viagem, têm alguma hipótese de escapar, porque são avisados. mas algumas escolhas estão viciadas, até porque a malta é jovem e tem as hormonas ao saltos, quer bebedeira e sexo. mas podem escolher se quem serem mortos por uma cobra gigante, zombies, extra-terrestres ou um sereio... very nonsense.


mais do que um filme de terror, a casa na floresta é uma sátira do género. sermos assustados enquanto rimos é eficaz, ainda mais quando é feito com imaginação e bons actores. vejam, não se vão arrepender.

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. yes, you had "zombies." but this is "zombie redneck torture family." entirely separate thing. it's like the difference between an elephant and an elephant seal .

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domingo, 13 de janeiro de 2013

dark tide - águas profundas


[ fraco ]

título original. dark tide.
género.
thriller.
ano. 2012

duração. 94 min

realizaçãojohn stockwell.
argumento. amy sorlie. ronnie christensen.
protagonistas.  halle berry. olivier martinez. ralph brown. luke tyler.
sinopse. uma mergulhadora profissional volta ao activo passado 9 anos, depois de um episódio traumático com um tubarão branco. [imdb-do-filme]


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opinião. kate mathieson é uma mergulhadora de águas profundas, conhecida pela sua coragem e dedicação ao estudo de tubarões brancos. depois de um episódio traumático na áfrica do sul, decide mudar de vida e fazer excursões para turistas.


ao final de alguns anos, a braços com problemas financeiros, kate deixa-se convencer pelo ex-marido e ex-colega de trabalho, que a alicia com uma proposta milionária para voltar ao ofício. apesar do medo, kate acaba por aceitar a proposta. está assim lançado o isco... e o argumento.



they see me swimming, they hatin'...

dark tide - águas profundas marca o regresso de halle berry, depois de alguns anos sem gravar. não há grandes razões para celebrar, pois o filme é bastante medíocre e utiliza os tubarões brancos para atrair o espectador, sugerindo suculentas cenas de humanos devorados pelo supremo predador marinho (estão quase todas no trailer). porém, as cenas com os bichinhos revelam-se o melhor do filme, porque o resto é francamente mau.

adoro filmes de e com tubarões, por isso não foi um falhanço total, mas não há forma de ultrapassar o péssimo argumento, os diálogos totós e o desperdício de talento dos actores (se bem que olivier martinez não destoe assim tanto, visto que representar não é o seu forte). já halle berry tem um aspecto espectacular, com tudo no sítio, embora pouco queimada pelo sol para alguém que trabalha no mar
. (eu acho que ela mergulha porque o óscar que ganhou há uns anos deve ter ido ao fundo de vergonha e ela quer recuperá-lo; não há-de ser com filmes como este.) adiante...


os pontos positivos? as sequências dos tubarões e o intenso azul do mar, o que seria fantástico se isto fosse uma promoção turística à áfrica do sul. ficamos com vontade visitar a cidade do cabo mas não de rever o filme.
 
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. you're told your whole life that sharks are dangerous. and then finally you're under water and you see the very thing you were taught to fear. and it's perfect .

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

resident evil retaliação



[ fraco ]


título original. resident evil retribution.
género.
terror. ficção científica.
ano. 2012duração. 96 min


realização e argumento. paul w s anderson.
protagonistas. milla jovovich. michelle rodriguez. sienna guilleroy. bingbing li.
sinopse. o vírus mortal da umbrella corporation continua a assolar a terra, transformando a população em mortos-vivos. a única esperança da raça humana é alice. [imdb-do-filme]
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apontamento. o quinto filme da série, resident evil retaliação não traz nada de novo, não faz grande sentido e... é uma grande xaropada.

joguei (e jogo) os jogos de computador e sou fã assumida do género survival horror, mas quando saíram os filmes fiquei um pouco de pé atrás.
afinal, a história surgiu numa altura anterior ao zombie boom e tem vários elementos que faziam sentido num videojogo mas não tanto num filme.

admito que estava errada: gostei do primeiro filme, de 2002. não é muito fiel ao ambiente do jogo, a começar pela personagem principal, alice, que não existe, mas ficou um filme de acção empolgante. os títulos seguintes foram sempre a decrescer em qualidade, mas vi-os a todos, apenas para comprovar que não houve melhoria.




a história baseia-se numa fórmula repetida ao longo dos vários resident evil: a umbrella corporation continua a infectar habitantes com armas biológicas, transformando populações em mortos-vivos e outras mutações grotescas. uma das infectadas, porém, é a arma biológica perfeita, alice, que reage como ninguém ao vírus, ganhando poderes sobre-humanos mas mantendo a sua humanidade (consciência, noções de bem e mal, emoções); isto significa que alice luta contra os propósitos da umbrella corporation, em vez de contribuir para o plano de extermínio da raça humana. resultado? pancadaria de meia-noite nos zombies e mercenários que lhe apareçam pela frente.

neste filme, alice, ressuscitada na sua versão clone número 326.ª, acorda nas instalações de uma base ultra-secreta da umbrella. o objectivo é escapar e perseguir os responsáveis pela infecção biológica que está a devastar o planeta, uma perseguição que a leva às principais capitais mundiais. com a ajuda de novos aliados e amigos de longa data, alice tenta sobreviver o tempo suficiente para escapar e gorar os planos da umbrella.


como filme de terror, resident evil retaliação não convence, porque não há cenas dignas desse nome; como filme de acção é fraco, porque quase todas as sequências de luta já foram exploradas nos filmes anteriores; como ficção científica é mau porque não há nada de novo nem emocionante. os diálogos são curtos e as personagens são unidimensionais, porque só alice interessa (deve estar relacionado com o facto da actriz ser esposa do realizador e argumentista do filme) e mesmo essa debita as baboseiras do costume. as cenas de luta são aborrecidas e é tudo um enorme bocejo.


todo o filme é de uma previsibilidade desesperante, ao ponto da hora e meia se arrastar e parecer muito mais looonga
.


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curiosidade: este é o primeiro filme da série resident evil em que não aparecem cães mortos-vivos (undead dobermans).
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my name is alice and this is my world .

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

grandes esperanças (bbc)

  

[ muito bom ]

título original. great expectations (bbc)
género. drama. romance.
episódios.
03 (180 min)

ano. 2011
criado por. charles dickens.
elenco principal. douglas booth. gillian anderson. ray winstone. vanessa kirby. david suchet. mark addy.
sinopse. um órfão vê-se, de repente, enriquecido e elevado socialmente quando um misterioso benfeitor o patrocina. [imdb-da-série]

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apontamento. o período natalício nem sempre significa boa televisão mas costuma haver um par de filmes engraçados. 2012 foi particularmente pobre e estava a ver que seria uma tristeza total, até... ver a apresentação da mini-série grandes esperanças ser publicitada; fiquei logo de orelha em pé. e não é que os 3 episódios deram seguidinhos na noite de 25 de dezembro? grande prenda! já tinha visto a adaptação a cinema com ethan hawke e gwyneth paltrow (achei razoável) e acho a história interessante, mas esta série elevou este drama histórico a um patamar completamente diferente.



a história começa com o órfão pip a visitar a campa dos pais. criado pela irmã e pelo marido desta, pip não aspira a mais nada que ser um ferreiro. a vida segue sem sobressaltos até ao dia em que é convocado à casa satis para "entreter" a abastada (e excêntrica) miss havisham e a filha adoptiva, estella. a irmã de pip sonha com a ascensão social é envia o rapaz sem reservas, que tem contacto com coisas que até então nem sabia existir. ao longo do tempo, apaixona-se por estella, que o ignora e é cruel. anos mais tarde, pip é contactado pelo advogado de um benfeitor misterioso, que o patrocinará no futuro, o que lhe dá hipótese de aspirar a um futuro risonho. pip deixa a pobreza para trás e parte para londres, onde se torna um cavalheiro e frequenta os círculos mais distintos, reencontrando estella. porém, a felicidade está longe e muito drama acontece antes de pip poder aspirar a um final feliz
.
tendo em conta que é uma mini-série, consegui perceber a história muito melhor do que quando vi o filme, que omite, compreensivelmente, imensos pormenores. como ainda não li o livro de charles dickens (e depois de ver esta produção da bbc fiquei com vontade de o fazer), não sei dizer o que falta em termos de personagens e situações ou acerca da fidelidade dos diálogos, mas é inegável que estamos perante uma narrativa coesa, com personagens complexas e bem delineadas, uma acção rica em acontecimentos e dinâmica; os cenários estão bastante bem conseguidos, da pobreza da casa de pip à fantasmagórica casa satis à cosmopolita londres.



o elenco de actores é crucial para a qualidade da série. grandes esperanças vive do talento de actores como gillian anderson (absolutamente fantástica) e ray winstone. os actores secundários também são memoráveis, com destaque para as figuras do simpático pocket e do odioso drumle. a apontar tenho apenas a interpretação de vanessa kirby, cuja estella me pareceu mais acessível que seria suposto, mas mais uma vez não sei ao certo porque não li o livro; no geral, o resultado é demasiado bom em todos os aspectos para ser prejudicado por um pormenor tão pequeno.



uma adaptação excelente, cujos 3 episódios se vêem tão avidamente que o tempo parece voar.

nota: em portugal, a mini-série foi transmitida no canal fox life.


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. mr pumblechook: if you can't beat a boy at christmas, when can you beat him ?

. estella: everyone is meant to love me. but i don't love back. i do not have a heart .

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