sexta-feira, 24 de julho de 2015

capote

[ bom ]

título original. capote.

género. biografia. drama.
duração. 114 min
ano.
 2005

realização. bennett miller.
argumento. dan futterman.


protagonistas. phillip seymour hoffman. catherine keener. bruce greenwood. chris cooper.
sinopse. em 1959, truman capote viaja para uma pequena cidade no kansas a fim de investigar o assassinato de uma família. [imdb]
 
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em 1959, truman capote, um jornalista/escritor homossexual e de maneirismos extravagantes, tinha uma vida confortável e um status social e profissional invejável.


sem ideias para o seu próximo livro, fica siderado ao ler a notícia do assassinato brutal de uma família de quatro pessoas em holcomb, no kansas. um mês depois do crime, decide, com a amiga de infância harper lee a reboque, viajar até à vila, onde começa a investigar e a escrever uma reportagem sobre o impacto do crime na vida dos habitantes.


sociável, capote não demora a obter informações e apercebe-se que tem em mãos material que, bem trabalhado, poderá resultar num best seller (e é-o, efectivamente, pois daqui vai resultar a sua obra-prima literária: a sangue frio). pelo caminho desenvolve uma relação próxima com um dos dois acusados do crime, à medida que o seu livro dá forma a um novo género: o true crime,
um género literário de não-ficção em que o autor examina um crime real e pormenoriza as acções das pessoas directa e indirectamente envolvidas.


o falecido phillip seymour hoffman ganhou um óscar com a interpretação de truman capote e realmente, fez um bom trabalho. a personagem é envolvente e muito expressiva, bastante fiel ao verdadeiro truman, pelo que li. confesso que a voz acriançada é irritante mas rapidamente nos habituamos, ao que ajuda todo o filme ser produzido com bastante sobriedade, apesar do tema e algumas nuances, que poderia ter resvalado para algo mais sensacionalista; talvez tenha sido intencional, para que o foco seja na personagem-título e nas suas acções.



a parte final de capote foi a que achei mais interessante, quando o autor começa a ser mais frontal nas suas motivações e tem alguns remorsos na forma como usa as pessoas, num lento processo gradual de humanização. isto é claro na relação cada vez mais distante que mantém com os assassinos e com a sua melhor amiga harper lee, que entretanto somou sucessos e vários prémios com não matem a cotovia nos seis anos que levou a capote a acabar o seu próprio livro. 

apesar de não me ter arrebatado, é um bom filme; claro que hoffman carrega o filme sozinho e só por aí vale a pena, pois era realmente talentoso.

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. it's as if perry and i grew up in the same house. and one day he stood up and went out the back door, while i went out the front .
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sexta-feira, 10 de julho de 2015

mundo jurássico

[ bom ]

título original. jurassic world.

género. ficção científica. aventura. acção.
duração. 124 min
ano.
 2015

realização. colin trevorrow.
argumento. rick jaffa. amanda silver. colin trevorrow. derek connolly.


protagonistas. chris pratt. bryce dallas howard. bd wong. omar sy. vincent d´onofrio. irrfan khan.
sinopse. um novo parque temático existe onde estava outrora o parque jurássico. os visitantes são aos milhões e os lucros fabulosos. quando a equipa genética apresenta a nova atracção do parque - um híbrido de vários dinossauros predadores - e esta foge, o pânico instala-se. [imdb]
 
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ah, o jurassic park! quando saiu, foi o início de uma febre dinossaúria mundial que, na altura, marcou os meus dias a (re)ler fascículos didácticos sobre triceratópos e companhia, a brincar com um t-rex de borracha super bem-feito e a ver os documentários sobre o tema que apareceram e cresceram como cogumelos; até fui ver uma exposição ao jardim zoológico, onde os bichanos eram animados e os sons realistas ao ponto de provocar insónia ao meu irmão mais novo (o verdadeiro dino-fã lá de casa).
 

quando vi o filme de 1993 tornei-me uma fã genuína, ao ponto de, posteriormente, reler os fascículos com outros olhos e guardar com carinho as dezenas (!) de vezes que revi o filme com o meu irmão, quando saiu em vhs.


passados 22 anos, mundo jurássico é um tímido sucessor do clássico de 1993 (os filmes lançados pelo meio são medianos) e um filme morno, com várias referências (ora mais ora menos subtis) àquele, verdadeiras piscadelas de olho aos fãs de outrora.

a acção é na ilha (fictícia) de nublar, onde se ergue o parque temático que (o velhote) john hammond sonhou e onde gastou parte da sua fortuna; muito semelhante a um parque do género (universal studios, disney), atrai milhares de visitantes que encaram naturalmente os dinossauros como atracções, não atracções banais mas divertimento controlado e inofensivo q.b., onde as crianças montam triceratópos em vez de póneis e onde o t-rex e o mosassauro são alimentados perante o olhar ávido de miúdos e graúdos.


para breve está anunciado a nova atracção: um dinossauro híbrido, um predador maior e mais agressivo que qualquer outro, que fará aumentar o número de visitantes. confesso que passei a primeira meia hora do filme algo atordoada pelas questões que os problemas éticos e ambientais que a existência de um parque como aquele levantaria, mas tive de deixar de pensar nisso quando a acção começou, uma acção imparável e bem cronometrada, temperada com muitos efeitos especiais e o regresso ao ecrã das criaturas familiares que tanto gostamos de ver.


o argumento está longe de ser original e a história é toda ela muito previsível, talvez a mais fraca de todos os quatros filmes.

do lado das personagens, manteve-se a fórmula original: miúdos mandados para o parque por pais ausentes, que se vêm "entregues aos bichos"; especialistas em assuntos bafientos (os dinos estão extintos há 65 milhões de anos) mas em boa forma - ou a suficiente para fugirem dos velozes répteis -; a ganância e o oportunismo personificados num gorducho que acaba devorado (vá lá, não é um spoiler, é pura lógica cinematográfica).



adorei a parte dos velociraptores "amestrados" (a cena das motos está muito fixe), a personagem do chris pratt foi um bom substituto para o dr grant, mas o filme vive das emoções que provoca no espectador e no final pouco mais fica do que isso, ao passo que o primeiro foi mais educativo, desenvolveu muito melhor os personagens, abordou o dilema do uso da genética... e ainda hoje se vê com emoção. este mundo jurássico fica aquém em muitos aspectos.


apesar disso, mundo jurássico é bom, com tudo o que um blockbuster deve ser e ter, mas o original de 1993 continua a ser o meu favorito. remonta a uma era em que a inovação nos efeitos especiais era vivido de outra forma e onde o factor "uau!" era muito mais gostoso de apreciar; no entanto, para os miúdos de hoje, talvez seja o que foi para mim: uma experiência espectacular e a oportunidade para desfrutar de um bom filme de aventura, que poderá ser tão didáctico quanto a curiosidade que despertar para investigar os extintos répteis gigantes que dominaram a terra, há milhões de anos atrás... entretanto, cá esperamos a sequela (já se fala disso!).

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. nothing in jurassic world is natural, we have always filled gaps in the genome with the dna of other animals. and if the genetic code was pure, many of them would look quite different. but you didn't ask for reality, you asked for more teeth.
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