domingo, 27 de outubro de 2013

a mulher de negro

[ razoável ]

título original. the woman in black.

género. thriller.
duração. 95 min
ano.
2012

realização. james watkins. 
argumento. jane goldman.
protagonistas. daniel radcliffe. janet mcteer. ciaran hinds. mary stockley.
sinopse. o jovem advogado arthur kipps é forçado a viajar até crythin gifford, para tratar de questões sucessórias. lá descobre segredos obscuros do passado dos habitantes da aldeia e de uma misteriosa mulher de negro. [imdb]
 
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a mulher de negro foi o primeiro filme de daniel radcliffe depois de terminar as filmagens da saga harry potter; é baseado no romance gótico de susan hill com o mesmo nome, escrito em 1983.

radcliffe não podia ter escolhido uma personagem mais distinta do jovem harry. arthur kipps é um jovem advogado na competitiva londres, viúvo e com um filho a cargo; não se pode dar ao luxo de recusar os casos que aparecem, por isso quando a proprietária da sinistra mansão de eel marsh morre sem descendência, cabe a arthur deslocar-se à casa e encontrar, e ler, toda a documentação existente no local.



o filme, passado em 1915-1916, na época eduardiana, centra-se na sombria vila de crythin gifford, onde os habitantes têm cara fechada, falam pouco e são pouco cooperantes. a chegada de uma cara nova não é bem acolhida, e arthur começa a ouvir rumores supersticiosos do fantasma de uma mulher de negro, que assombra a aldeia há anos. a única cara amiga é daily, um abastado homem de negócios que aprecia a companhia de arthur mas que carrega um desgosto comum a muitos habitantes da vila: perdeu o filho quando este ainda era criança.


desde o início que a atmosfera do filme é bem demarcada: sombria, inquietante, agoirenta. esse é um dos aspectos positivos e melhor feitos do filme; dá gosto explorar os cenários com o protagonista e adivinhar o que poderão esconder as trombas fechadas dos habitantes e a fachada escura de eel marsh. os primeiros 30 a 35 minutos do filme são bons, deliciosos até, mas não demora muito até perder fôlego.



a previsibilidade do filme em nada afecta a sua atmosfera e a excelente interpretação de daniel radcliffe, num filme que "joga" com muitos silêncios e alguns simbolismos, recorrendo à expressividade do actor para transmitir medo e desorientação.

a mulher de negro salda positivo na conclusão, graças a um final pouco convencional e refrescante, o que juntando a um bom início, o torna um filme interessante. o que está pelo meio é menos bom, mas aceitável.

um filme a ver num dia chuvoso, com ou sem pipocas.


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. i will never forgive .
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

a chamada

[ razoável ]

título original. the call.

género. thriller.
duração. 94 min
ano.
2013

realização. brad anderson. 
argumento. richard d'ovidio.
protagonistas. halle berry. abigail brieslin. evie thompson. roma maffia.
sinopse. jordan é uma operadora do 112 e recebe o telefonema de uma jovem raptada. à medida que o tempo passa, jordan apercebe-se que enfrenta um assassino em série. [imdb]
 
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as expectativas para ver a chamada eram bem baixas. o último filme que vi da oscarizada halle berry foi dark tide - águas profundas e esse filme foi bué de bera; só os cenários africanos e os tubarões se safaram, e profundidade só mesmo a da água, porque o argumento e os personagens era maus.


neste filme, um thriller com alguma acção à mistura, halle é jordan, uma operadora do 112 que lida brilhantemente com as chamadas de emergência que recebe, reagindo com sangue frio e segurança dignos de nota - e admirados pelos colegas. até ao dia em que jordan comete um erro de palmatória que compromete a segurança de uma vítima de arrombamento, o que vai condicionar a sua estabilidade emocional. meses mais tarde, jordan é novamente confrontada como uma chamada delicada e tem de estar à altura ou outra pessoa morrerá.

a chamada é um thriller mediano e ficou acima do que eu esperava. longe de ser um bom filme, é interessante e com boas interpretações de halle berry e abigail breslin, que levam o filme todo às costas. halle berry é extremamente telegénica e tem uma elegância apelativa, impossível não gostar de a seguir no ecrã; já abigail breslin (a menina de little miss sunshine cresceu) tem carisma e prende-nos a atenção, com uma personagem credível e bem desenvolvida (dentro do possível).


num aparte, fiquei impressionada (como não ficar?!) com as condições de trabalho e a organização de todo o sistema de socorro americanos: tudo catita, integrado e com meios fabulásticos (desde os alertas e contigências aos helicópteros, pretty fancy). mesmo com os pózinhos hollywoodescos aqui e ali nos cenários e nos tempos de resposta, é de relembrar que nos states não se brinca em serviço e que há que copiar algumas fórmulas de sucesso como esta.

a chamada é um filme que não vai ganhar prémios, e sendo razoável e acima da média mas não chegando a destacar-se em nada, também não desilude.

ir ao cinema vê-lo ou guardar para dvd depende inteiramente de vossas mercês.


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. and don't make promises... cause you know you can't keep 'em .
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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

aliens - o recontro final

[ muito bom ]

título original. aliens.

género. ficção científica.
duração. 137 min
ano.
1986

realização. james cameron. 
argumento. james cameron. david giler.
protagonistas. sigourney weaver. michael biehn. bill paxton. paul reiser. lance henriksen.
sinopse. a tenente ripley é resgatada depois de andar à deriva no espaço. quando os colonos de lv-426 deixam de dar notícias, ripley é enviada para lá com um grupo de fuzileiros, a fim de investigar o que poderá ter acontecido. [imdb]
 
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sete anos após o clássico de ridley scott, alien - o 8.º passageiro, que apresentou ao mundo o extraterrestre mais letal e assustador da história do cinema, eis que james cameron escreve e realiza a sequela, aliens - o recontro final.

todos sabemos (acho eu...), por experiência e visualização das mesmas, que as sequelas não costumam resultar nada bem, desvirtuando o conceito do filme original e sendo uma grande xaropada, e são tantos os exemplos que nem vale a pena enumerar, sob pena de ficar sem espaço.
 
poucas sequelas (algumas, vá!) acrescentam qualquer coisa à ideia inicial e dão um novo fôlego à história (die hard 2 - assalto ao aeroporto; matrix reloaded; saw 2; antes do anoitecer), mas raras (mui raras) são aquelas sequelas que mantêm a extrema qualidade do primeiro filme e/ou até o elevam a um novo patamar, caso deste aliens (também me ocorre indiana jones e o templo perdido; batman regressa; exterminador implacável 2).
 
o filme passa-se 57 anos depois da acção do primeiro filme. ripley conseguiu fugir do alien mortal e pôs-se a caminho do planeta terra numa cápsula de salvamento. infelizmente para ela, os sistemas informáticos não acertaram com as coordenadas ou coisa que o valha e ripley é levada de volta à terra, sem parentes vivos, sem licença de piloto, a acordar todas as noites encharcada em suor... depois de reviver a tragédia bordo do nostromo. 
quando a "companhia" perde contacto com os colonos em lv-426 (o planetóide onde estavam os ovos no primeiro filme), prometem a ripley mundos e fundos para esta acompanhar um pelotão de fuzileiros, como consultora, ao local. disposta a enfrentar o que a aterra, ripley aceita e assim começa uma orgia de acção e violência com direito a muitos aliens, piadas de caserna, dentes cerrados e balas a voar e a misturar-se com sangue-ácido alienígena.

o filme tem duas horas e meia, naquele que é um desfile imparável de acção, adrenalina e testosterona, onde não faltam "bichinhos" a fazer pela vida, que isto de ser um xenomorfo com duas bocas para alimentar (não esquecer a sub-mandíbula) não é nada fácil.


aliens - o recontro final veio confirmar a mestria de james cameron no género de acção, inovando e desbravando novos efeitos visuais, depois de ter realizado o bem sucedido exterminador implacável em 1984.
 
 o filme roça a perfeição (embora só tenha ganho dois óscares de efeitos especiais), com uma sigourney weaver avassaladora e um elenco muito talentoso e carismático, uma galeria de personagens e diálogos memoráveis e um ritmo alucinante.

um diamante este filme, muuuuiiiiito bom.



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. all right, sweethearts, what are you waiting for? breakfast in bed? another glorious day in the corps! a day in the marine corps is like a day on the farm. every meal's a banquet! every paycheck a fortune! every formation a parade! i LOVE the corps !
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sábado, 5 de outubro de 2013

a invasão dos violadores



[ muito bom ]

título original. invasion of the body snatchers.

género. ficção científica.
duração. 115 min
ano.
1978

realização. philip kaufman. 
argumento. w d richter (baseado no livro de jack finney).
protagonistas. donald sutherland. brooke adams. jeff goldblum. leonard nimoy.
sinopse. na cidade de são francisco, os habitantes estão a ser substituídos por clones desprovidos de emoções.
 
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mais um clássico incontornável visionado (iupi!), desta feita venho falar do filme dos anos 70, invasion of the body snatchers / a invasão dos violadores, um remake do clássico dos anos 50 com o mesmo nome, de que resultaram mais dois remakes além deste: violadores: a invasão continua (1993) e a invasão (2007).


mesmo que o filme fosse uma caca, só pelo elenco arriscava...

o filme passa-se em são francisco, onde o funcionário público matthew bennell (donald sutherland) é alertado pela amiga elizabeth de que algo de estranho se passa com vários habitantes, incluindo o namorado, que anda apático e com um comportamento incomum. 

ao final de poucos dias, é impossível não perceber a anormalidade, à medida que as  ruas da cidade  se inundam de pessoas que trocam olhares entre si, que têm reuniões secretas e que parecem invulgarmente inexpressivas. muitos são os que falam de cônjuges e familiares que não parecem os mesmos, que mudaram do dia para a noite, o que aumenta o mistério e as teorias de conspiração.

há uma conspiração, de facto, uma em que os seres humanos estão a dar lugar a réplicas exactas, clones desprovidos de emoção, cujo objectivo é desconhecido; a origem? uma simples, e aparentemente inofensiva, vagem colorida, que não figura em qualquer compêndio de botânica, mas que está, de repente, em todo o o lado.


o tratamento estético na berra: adormeça e acorde outro!

o filme tem perto de duas horas, usadas de forma soberba pelo realizador philip kaufman. a atmosfera do filme, magistralmente inquietante, vai sendo construída de forma gradual; a par com os protagonistas (um elenco cinco estrelas e repleto delas: sutherland, nimoy, goldblum), vamos descobrindo a dimensão do que se passa e percebemos a fragilidade do que nos rodeia.



gosto muito de ficção científica, ainda mais esta vertente em que os alienígenas não são nada nossos amigos, mas a fórmula só resulta se for bem executada e, nisso, invasion of the body snatchers / a invasão dos violadores não desilude. diálogos, interpretações, música. fotografia, nada falha. e o final? um mimo.


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. we came here from a dying world. we drift through the universe, from planet to planet, pushed on by the solar winds. we adapt and we survive. the function of life is survival . 

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