domingo, 30 de agosto de 2015

enquanto somos jovens

[ razoável ]

título original. while we're young.

género. comédia. drama.
duração. 97 min
ano.
 2014

realização e argumento. noah baumbach.

protagonistas. ben stiller. naomi watts. amanda seyfried. adam driver. charles grodin.
sinopse. um casal de meia idade vive conformado com a sua rotina até conhecer um casal mais novo que os leva a experimentar coisas novas. [imdb]
 
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sou fã de ben stiller e naomi watts, ele por ter protagonizado alguns filmes bastante divertidos e ela por ser uma actriz versátil como poucas (faz comédias, dramas, indie, mainstream, you name it).


quando vi o trailer de enquanto somos jovens achei a ideia interessante. um casal de meia idade (stiller e watts) com um passado alternativo vê-se envelhecido e com um quotidiano convencional e igual a tantos outros. quando conhecem um casal mais novo (seyfried e driver) que lhes lembra como eles próprios eram há 20 anos, há uma quantidade de questões que vêm à tona: uma mistura de crise existencial e uma crise de meia-idade.


o tema da idade e o avançar da idade é sempre pertinente: todos nos identificamos com a velocidade a que os dias, meses, anos se sucedem e é sempre difícil constatar as marcas da passagem do tempo, quando "ainda ontem" isto e aquilo. num determinado dia, os nossos protagonistas apercebem-se de que o tempo passou a correr e que são dos poucos casais do grupo de amigos que não têm filhos e trabalham no ramo artístico (ela produz os documentários do pai e ele realiza documentários).


a entrada na sua vida de um casal mais novo (ele um realizador de documentários à procura do reconhecimento e ela uma cozinheira de gelados artesanais) vem abalar o cinzentismo dos dias e oferecer um escape às actividades mais aborrecidas com os amigos do costume.



não tardam a vir as discussões e as questões das escolhas feitas ("devíamos ter tido filhos?", "o meu trabalho é relevante?", "ainda sou desejável?") numa acção gradualmente desenxabida e sem interesse, onde as interpretações do elenco estão no mesmo patamar de um argumento morno que não desenvolve além do esperado. é pena, porque gostei mesmo da ideia, a concretização é que foi fraca; fica a intenção
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. It's like their apartment is full of everything we once threw out, but it looks so good the way they have it.
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domingo, 2 de agosto de 2015

00:30 a hora negra

[ razoável ]

título original. zero dark thirty.

género. thriller. drama.
duração. 157 min
ano.
 2012

realização. kathryn bigelow.
argumento. mark boal.


protagonistas. jessica chastain. james gandolfini. chris pratt. joel edgerton.
sinopse. a caça a osama bin laden inquietou o mundo e o governo americano durante mais de uma década. no final, foi uma pequena e dedicada equipa de operacionais que o conseguiu localizar. [imdb]
 
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numa primeira tentativa de imparcialidade, tentei ver 00:30 a hora negra mais pelo aspecto técnico e não tanto pelo tema, mas como isso não faz sentido, deixei a ideia de lado.


00:30 a hora negra é um filme que nauseia, das cenas-choque ao patriotismo como pretexto para fazer o diabo a sete. em várias cenas vinham-me à ideia os milhões de espectadores americanos a acenar com a cabeça em sinal de aprovação, frente ao ecrã, perante a tortura de pessoas várias, a violação de tantas leis e direitos humanos, a análise tendenciosa de informação, tudo justificado para atingir o objectivo final: localizar e neutralizar o inimigo n.º 1 dos eua, o most wanted, osama bin laden. finalmente os atentados de 11 de setembro de 2001 teriam sido vingados e os islamitas radicais advertidos. a troco de quantas vidas é que não interessa nada.


no centro da acção está uma analista da cia, de nome maya, classificada como implacável e altamente inteligente. maya vive para o trabalho, para a missão de que foi incumbida e nada mais. trabalha sem parar e não consegue resultados, o que aumenta a pressão e a frustração. os ataques terroristas vão-se sucedendo no mundo, vidas inocentes vão-se perdendo numa demanda inútil, dois governos americanos sucedem-se e os americanos não estão mais perto de localizar o fundador e ex-líder da al-qaeda
.


mas finalmente a persistência e a dedicação dão resultados e uma casa em abbottabad (paquistão) é sinalizada. maya acredita que lá está o maior alvo de todos, escondido do mundo. é organizada uma equipa de assalto e numa longa cena, é demonstrada a eficiência de uma força de operação especial. no fim, bin laden é executado, identificado e alegadamente sepultado em alto mar.




00:30 a hora negra é bem executado tecnicamente mas terrivelmente vazio.

as personagens são exploradas muito superficialmente (a protagonista é como um autómato) e o argumento poderia ser o de um documentário sobre a captura de bin laden com reconstituições feitas por actores desconhecidos. não há uma dimensão humana nos agentes da cia, nos bombistas-suicidas, nas populações das regiões onde os exércitos americanos estabelecem as bases. nunca é abordada as motivações dos dois lados da barricada, um enquadramento histórico/social, nada

o filme acaba e tudo o que resta é violência.

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. can i be honest with you? i am bad fucking news. i'm not your friend.i 'm not gonna help you. i'm gonna break you. any questions ?
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