sábado, 22 de novembro de 2025

the disappearance of josef mengele

 

 [ muito bom ]

título original. .
género. drama. biografia.
duração. 2h 15m
ano.
2025
realizaçãokirill serebrennikov.
argumentokirill serebrennikov. olivier guez.
 
protagonistas. august diehl
. david ruland. max bretschneider. dana herfurth. friederike becht. burghart klaussner. falk rockstroh. tilo werner. annamária láng.

sinopse. a história do infame médico nazi josef mengele, durante os anos em que esteve foragido. [imdb]
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baseado no livro homónimo de olivier guez, vencedor do prémio renaudot em 2017, o filme the disappearance of josef mengele reconstrói os anos de fuga do médico nazi conhecido como o “anjo da morte”. 

após a queda do terceiro reich, mengele refugia-se na américa latina, sob identidades falsas, ajudado por ex-camaradas e cúmplices.

o filme começa por mergulhar-nos numa autêntica polifonia linguística, onde nos mantém: ouvimos o alemão, o espanhol, o português, o inglês e o italiano, ao sabor do trânsito de identidades, cúmplices e fronteiras que contribuíram para a falta de castigo de mengele. 

essa diversidade linguística não é apenas factual, é ainda simbólica, mostrando como o mal pode adaptar-se, mudar de idioma e continuar a falar com voz humana.

em termos visuais, o filme adopta um estilo contido e sombrio. 

as paisagens — da cosmopolita buenos aires às fronteiras do paraguai e do brasil — evocam a humidade da selva sul-americana e a claustrofobia de uma fuga permanente.

a interpretação estelar de august diehl (inglourious basterds - sacanas sem lei; the king's man) dá ao protagonista os ares e falas de um homem disciplinado, frio, meticuloso — um funcionário da morte que continua a justificar-se com frases burocráticas e racionalizações técnicas, longe do monstro mitificado que transforma o terror em rotina.

 

o filme explora, assim, a “banalidade do mal”. esta teoria, desenvolvida pela filósofa hannah arendt no livro eichmann em jerusalémmostra que as pessoas comuns podem cometer actos extremos, um tema abordado em livros e filmes há décadas. 

arendt viu em eichmann um burocrata obediente, ambicioso e incapaz de pensar criticamente. o mal torna-se “banal” quando é executado sem reflexão moral ou consciência do outro — "um mal sem profundidade", que este filme sobre mengele ilustra de uma forma notável e arrepiante.

Imagens: Google Search Images

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you should be proud to host an outstanding scientist of the third reich !
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