sábado, 6 de setembro de 2025

hora do desaparecimento

 

[ muito bom ]


título original. weapons
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género. mistério. terror.
duração. 2h 8m
ano.
2025
realização e argumento. zach cregger.

protagonistas.
julia garner. josh brolin. amy madigan. cary christopher. june diane raphael. benedict wong. austin abrams. alden ehrenreich.

sinopse. quando as crianças de uma mesma turma desaparecem na mesma noite, uma comunidade começa a questionar quem estará por trás dos desaparecimentos. [imdb]
 
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às 2h17 da manhã, nos subúrbios de uma cidade americana – tantas vezes retratados em filmes com as suas casas espaçosas, relvados impecáveis e a exaltação do conforto abundante da classe média –, várias crianças saem de casa e desaparecem na escuridão.

para adensar o mistério, pertencem todas à mesma turma, e apenas uma de entre elas volta à escola no dia seguinte.

até finalmente percebermos o que se passou, o realizador e argumentista zach cregger (barbarian – um apontamento sobre o filme está para breve) constrói o puzzle com paciência, optando por uma narrativa não linear, onde a história alterna entre várias personagens e perspectivas. 

julia garner (ozark) é a professora da turma desaparecida, para quem todos se viram em busca de respostas. josh brolin (no country for old men) é um dos pais de uma das crianças, que envereda por uma investigação por conta própria. há ainda um polícia de giro, o drogado da cidade, uma tia excêntrica e o director da escola na galeria de personagens.

é pelos olhos deles, seguindo os seus dias e juntando as peças, que a inquietação do espectador vai crescendo, pontuado por momentos de humor negro e comentários sociais e políticos.

a cena final proporciona uma explicação e algum alívio num desfecho cómico-trágico.

weapons é uma fábula assustadora, uma mistura talentosa de terror e thriller que deixa uma marca forte com o seu argumento original, simbolismo e metáforas sobre dependências que um elenco muito competente interpreta soberbamente.

o título do filme, no original, é ambíguo o suficiente para se permitir várias leituras, e complementa-o perfeitamente – a tradução para português não foi uma escolha feliz.

Imagens: Google Search Images


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i can understand your passion and i don't mind having these conversations with you because god forbid if it was my child, i'd be demanding answers too. those kids walked out of those homes, no one pulled them out, no one forced them. what do you see that I don't ?
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domingo, 3 de agosto de 2025

animais perigosos

 

[ bom ]


título original. dangerous animals
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género. terror. thriller.
duração. 1h 38m
ano.
2025
realizaçãosean byrne. 
argumentonick lepard.

protagonistas.
hassie harrison. jai courtney. josh heuston. ella newton. rob carlton.

sinopse. zephyr, uma surfista nómada, é sequestrada e aprisionada em alto mar por um assassino em série obcecado por tubarões. [imdb]
 
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dangerous animals tem todos os ingredientes que me seduziriam num filme do género: tubarões, um vilão carismático, uma final girl convincente.

ou seja, eu veria o filme mesmo que o realizador, sean byrne (the loved ones; the devil’s candy), não fosse competente no resultado final.

ora, a fita ficou além do que eu esperava porque dangerous animals é um dos melhores “filmes de tubarões” dos últimos anos, uma mistura de wolf creek e jaws (cliquem nos títulos para lerem o que escrevi sobre cada um deles), um sound bite que já se vê espalmado um pouco por toda a parte na net.

zephyr (hassie harrison, yellowstone) é uma surfista americana que vive na sua carrinha e quer desfrutar o mais possível das ondas australianas. 

ao cruzar-se por acaso com tucker, um capitão que vende experiências em alto mar (jai courtney, spartacus, the suicide squad), acaba raptada por ele, que se revela um serial killer com um modus operandi peculiar — alimentar tubarões com vítimas humanas enquanto grava o acto. bizarro? yep. e funciona? double yep.

tucker é simultaneamente grotesco e carismático, um psicopata com sentido de humor que não deixa de ser extremamente calculista. 

dangerous animals tem uma atmosfera que vai escalando até se tornar sufocante. as filmagens aquáticas são impressionantes, com poucos efeitos digitais — li que quase tudo foi feito com imagens reais de tubarões.

a violência é filmada com precisão quase clínica: nunca gratuita, sempre desconfortável.

o final não surpreende – é previsível, sentimental até, e perde um pouco do impacto acumulado. não arruina o filme, mas deixa a sensação de que a história merecia mais.

para quem gosta de terror com tubarões, é uma aposta segura.

dangerous animals é tenso e divertido. não reinventa o género, mas as interpretações são fortes e tem cenas memoráveis.

Imagens: Google Search Images


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you're a fighter. i love fighters, makes for a better show .
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