domingo, 12 de janeiro de 2014

as virgens suicidas

[ muito bom ]

título original. the virgin suicides.

género. drama.
duração. 97 min
ano.
1999

realização. sofia coppola. 
argumento. sofia coppola. jeffrey eugenides (livro).
protagonistas. james woods. kathleen turner. josh hartnett. kirsten dunst.
sinopse. um grupo de adolescentes desenvolve uma obsessão por uma família vizinha, cujas filhas são protegidas pelos pais. [imdb]
 
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estreado em 1999, as virgens suicidas marcou a estreia de sofia coppola (filha de francis ford coppola) na realização. o filme, baseado no livro de jeffrey eugenides, conta a história trágica das cinco irmãs lisbon.

estamos nos subúrbios americanos, nos anos 70. o casal ronald e sara lisbon são pais religiosos e protectores das filhas: lux, cecilia, mary, therese e bonnie, cinco jovens bonitas e promissoras. os rapazes da vizinhança estão siderados por elas e seguem-lhes os passos, numa tentativa desajeitada de serem notados. são eles os narradores do filme, anos depois dos acontecimentos marcantes: a imagem misteriosa das irmãs persiste, o seu fim ainda algo incompreensível para os jovens, agora adultos.



o filme inicia-se com a tentativa de suicídio de cecilia, a mais nova das lisbon. por ela, e com medo de perder a(s) filha(s), os pais revêem a sua postura austera e tentam integrar as filhas com os jovens da vizinhança, organizando convívios em casa, sob supervisão parental e com ponche não alcoólico. tudo corre bem no iníco, mas as hormonas e a rebeldia típicas da idade fazem com que o receio do professor de matemática e da mulher levem a melhor quando lux faz o que qualquer adolescente faria: não cumpre as regras.


qualquer um de nós já foi um adolescente e é fácil reconhecer a urgência em viver, os tiques comportamentais e o nervosismo em ser aceite. não é difícil perceber estas raparigas, o que as move, o que as faz pulsar. não é tão fácil ver a forma como são contidas (e confinadas) pelos pais e assistir ao seu desfecho.

os lisbon são uma família disfuncional, com um pai socialmente inapto e uma mãe paranóica, que conseguiram gerar cinco filhas luminosas (um mistério a lembrar o triângulo das bermudas) que oprimem ao invés de incentivar, um retrato tão comum quanto arrepiante. são os anos 70, os tempos são de mudança e algumas gerações mais velhas agarram-se ao tradicionalismo bacoco, um extremo desaconselhável.

a fotografia do filme é extasiante
servidos por uma excelente banda sonora (a dupla francesa air foi lançada por este filme) e uma fotografia sublime, vemos as personagens encurraladas pelo medo da condição feminina, um medo agravado pela sua beleza e alimentado pelos pais. o tom sombrio da história é contraposto pela forma cândida e poética das cenas; há uma aura de nostalgia que pontua todo o filme.

uma última nota para o elenco extremamente competente e para duas das actrizes: kirsten dunst (no seu melhor) como lux e hanna hall (que beneficiou imenso com a personagem) como cecilia.

fiquei curiosa em ler o livro de jeffrey eugenides, que, diz quem leu, sofia coppola adaptou magistralmente ao ecrã.

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. we knew the girls were really women in disguise, that they understood love, and even death, and that our job was merely to create the noise that seemed to fascinate them

. we felt the imprisonment of being a girl.

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